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sábado, 28 de novembro de 2009

O Leitão da Bairrada foi até Trás-os-Montes


O Mototurismo do Centro foi a Trás-os-Montes. Consigo levou o Leitão da Bairrada e o melhor de todos os néctares, o Espumante, também ele Bairradino. De dia e de noite, andou por montes e vales, atravessou “tempestades”, frio, chuva e até neve. Que grandes Motociclistas, que grande Clube…
As previsões meteorológicas há muito que eram conhecidas e nem mesmo assim o MTC se demoveu de realizar este passeio ao Nordeste Transmontano. Sob o lema o Leitão vai a Trás-os-Montes, melhor o pensou melhor o fez, não um mas quatro bácoros com verdadeiro sabor “Bairradino”.

Como vem sendo hábito o MTC encontra em Peso da Régua um dos melhores pontos de etapa nas iniciativas mototurísticas que realiza ao Norte/Interior do País. Atestar as motos nas bombas do costume e tomar o pequeno-almoço na “Tendinha” do costume.


Devido ao atrasar da hora o percurso foi alterado de acordo com as alternativas previstas. Assim, rumou-se a Vinhais pelo IP4 com saída em Mirandela/Valpaços passando por Valpaços seguindo para Vinhais pela N-103. Um percurso bonito mesmo com a intempérie que se fez sentir pelo Nordeste Transmontano. Boas curvas e estradas que exigiam alguma destreza e redobrada atenção, quer pelo piso quer pela chuva que se fazia sentir. Viajar em condições difíceis contribui certamente para melhorar a experiencia individual de cada um e incentiva ao espírito de grupo e entreajuda entre todos.


No complexo das piscinas descobertas de Vinhais encontramos o restaurante Madre Garcia. Um ambiente acolhedor, excelente recepção e simpatia por parte da gerência e tudo apostos para dar o mote ao almoço. A ementa obrigatoriamente recaiu sobre a verdadeira Gastronomia Transmontana. Para entrada, na capital do fumeiro e dos enchidos, umas saborosas alheiras e chouriça verde (com mel!?), um caldo de cascas (feijão desidratado) com castanhas.




De seguida os tradicionais Milhos com carnes e enchidos de fumeiro e para terminar uns Ossinhos da Caldeira.



De sobremesa as melhores rabanadas do mundo, até prova em contrário.


Alguém referiu que era comida típica de uma região pobre, era a base da alimentação de outras épocas, uma região deficitária em recursos económicos, sem riqueza. A maior riqueza destas gentes e desta terra esteve à mesa. Foi como se estivéssemos em casa. Uma gastronomia com sabores locais, verdadeiros, servidos com prazer, prazer de serem genuínos, de nasceram do fruto do trabalho, de alguém que cuidou, colheu e fez chegar até nós… há melhor riqueza que esta? Provem, venham conhecer que a resposta será fácil.


Mesmo debaixo de forte chuvada e talvez racionalmente a melhor opção fosse ir directo a Bragança o mais rápido possível, a opção recaiu pelo verdadeiro sentido de aventura e descoberta… se estava previsto fazer o Parque Natural da Serra de Montesinho assim foi.
Uma verdadeira paisagem Outonal. Os castanheiros já tinham perdido a cor. As folhas davam à estrada um colorido que se levantava à medida que as motos iam passando. As pequenas aldeias do Parque (Rio de Fornos; Lagarelhos; Vilar de Ossos; Moimenta…) estavam escuras, sinal da desertificação, relíquias do passado mereceram a nossa visita. Ao longe, nos lameiros, alguns animais pastavam as últimas ervas antes de regressarem aos estábulos. A viagem chegou mesmo a ser interrompida por um rebanho de ovelhas que circulava pela estrada indiferentes à nossa presença. Ali o tempo parou. Que estariam a pensar estes mototuristas?
- O que é que viemos para aqui fazer?
- Ainda bem que viemos por aqui?
- Só me faltava mais esta?
Provavelmente um misto de tudo e de nada… uma vontade de sair dali imediatamente, ou não, de continuar esta saga e percorrer todo o parque até encontrar abrigo…
Que melhor abrigo pode ter um padrinho que na casa do seu afilhado!


Depois da tempestade a bonança. Uma pequena paragem da sede do MotoCruzeiro para repor energias e seguir logo de seguida para a Pousada da Juventude de Bragança onde iríamos pernoitar. Instalações simples mas cuidadas, confortáveis e quentinhas que era o que mais se procurava a esta hora do dia /noite. Encostadas as companheiras de viagem, umas mais duras que outras, e desta vez enlatados, com ar condicionado e tudo, era tempo de ir novamente à sede dos afilhados mas desta vez para fazer serão.


O Leitão à Bairrada que veio directamente de Aguada de Cima (Águeda) e que foi entregue à hora prevista pela Casa Vidal ainda quentinho fez a delícia de todos.


Casa cheia, repleta de amigos que sabem receber. A sede do MotoCruzeiro de Bragança é sem dúvida uma mais-valia para o motociclismo nacional e para este Clube Transmontano que o Mototurismo do Centro tanto se orgulha de apadrinhar.




A direcção do MTC pelo seu presidente Zé Valença fez questão de realçar a presença de todos e entregar ao MotoCruzeiro e ao seu presidente Chico Vara, uma lembrança que simboliza muitos dos momentos que estas duas instituições têm partilhado. Da parte do MotoCruzeiro um muito útil relógio que, umas vezes para um lado outras vezes para outro, nos irá certamente ajudar a chegar sempre a horas… a ver vamos!


A noite estava fria com muita chuva mas a saga continua. O divertimento contagiou quase todos e a noite de Bragança aqueceu… ai se as mães soubessem! (as de Bragança claro! por que as outras já estão habituadas).



Pela primeira vez a acordar sob a batuta do novo relógio oferecido pelos afilhados, os sócios do MTC surpreenderam o seu presidente. O pequeno-almoço foi mais que a horas sobrando ainda tempo para meter umas bolas.


Antes de nos fazer-mos à estrada, depois de aconchegados nas montadas, nova passagem pela sede do Motocruzeiro para recolher as dádivas que o clube angariou para a expedição à Guiné-Bissau e que desde a primeira hora fez questão de se associar a esta nobre causa.


Os termómetros rondavam os 4ºC à saída de Bragança, nada que travasse o percurso até Vimioso. Inspirado no percurso do Lés a Lés do ano passado conseguimos perceber porque esta prova nacional é tão admirada e com tanto sucesso. Na passagem pelo Rio Maçãs, a foto de grupo, para mais tarde recordar.


O Castelo de Algoso é uma construção pouco imponente no seu tamanho mas surpreendente pela construção em si. Ergue-se do nada, sobre um monte de pedras que parece a qualquer momento querer desmoronar-se… incrível! A vista é soberba, inimigos já não há, deslumbra-se o passado e projecta-se ao longe um bom futuro para esta Terra e para estas Gentes do Nordeste.



XX Bar, escusado será dizer a proveniência do nome, em Vimioso, ofereceu-nos o aperitivo para abrir o apetite às Jornadas Micológicas de Vimioso. O nosso agradecimento aos “Furões de Vimioso”, na pessoa do enérgico e amigo Victor.


O Restaurante Albergaria Vileira em Vimioso é bastante acolhedor. A opção por esta ementa, parte dela sendo de base micológica, ou seja, com cogumelos da região, e outra parte direccionada mais uma vez para a Tradicional Gastronomia Transmontana com o famoso Butelo.
Com um misto de sabores, de qualquer coisa de diferente, afinal até pudim de “Boletus Edulis”, ou seja de Míscaros, o MTC esteve na vanguarda da Gastronomia Nacional, proporcionando aos seus sócios e amigos uma degustação que sendo esquisita para alguns foi muito interessante para outros.





  
Tempo de abalar sem antes voltar de novo ao XX Bar para um “xoupito” e receber um bonito canivete que dá sempre jeito. Furões e MTC de ponta afiada.


  

Foram também entregues as senhas de combustível sorteadas durante este passeio, oferecidas pela Alves Bandeira e entregues aos bafejados pela sorte, o Joaquim Cruto e o Carols Carvalho.


De novo equipados a rigor já que previa-se de novo alguma chuva e frio até ao anoitecer, o grupo continuou o plano previsto até Coimbra.


A Direcção do MTC agradeceu a presença de todos, neste fantástico fim-de-semana, por terras de Trás-os-Montes.

Ps: (Na primeira pessoa) Enquanto uns rumavam a Sul até ao Mondego, uma outra alma rumava até à “Invicta” pelo IP4 carago. Mas que carago! De Macedo de Cavaleiros a Murça chuva que nunca mais acabava. De Murça a Vila Real termómetro a 2ºC e com direito a cristal de gelo no computador de bordo e tudo. Eis a solução! Uma indicação A7 Porto/Guimarães. É mesmo por aqui, mais seguro que continuar pelo IP4 e ainda falta o alto do Marão… Atenção Neve! Atenção viatura a espalhar sal!!!Sei que indicação à A7 nunca mais aparecia e circulava agora pela A24 no meio da neve com 0º C… nada mau.Vontade de fugir mas para onde? Parar? Não! Seria pior.“Enquanto houver estrada para andar a gente vai continuar, agente não vai parar”. Obrigado Jorge Palma!Finalmente uma saída, Vila Pouca de Aguiar. Sim isso mesmo, mais um bocadinho e estava em Chaves, e aqui sim estava a dita entrada na A7 Porto/ Guimarães!??A Bonança meus caros amigos, passar dos 0º c para uns miseráveis 3; 4 e depois 5; 6; 8 graus a chegar a Famalicão… foi o delírio!! Desta estou safo…Não era preciso tanto para experimentar a neve… sozinho com a GT e todos os carros, camiões que incrédulos passavam, nem quero saber o que comentavam ou o que pensavam… quero apenas que fiquem a saber que ali… ali ao leme ia um MTC.
                                                                                                                                                                                                        Ricardo Brites

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Vídeo


Texto: Ricardo Brites
Fotos: António Costa
Vídeo: Alexandra Pina, Jorge Andrade, Susana Ferreira e António Costa

Publicado em 05/11/2010

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