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quinta-feira, 23 de julho de 2020

Recordando a rota de 69


Depois da EN16, percorremos de volta a casa, a rota de outros tempos a caminho de França. Muitas e boas memórias que a estrada nos devolve, com nostalgia e saudade!

Em 1969, tinha eu 6 anos de idade, quando comecei a ir a França com os meus pais, passar férias a casa de família na bonita região da Côte d'Azur. Foi assim que nasceu a paixão pelas viagens além fronteiras. Tempos idos que agora relembro, ao longo do percurso que nos levava de Águeda até Vilar Formoso, feito desta vez de forma inversa, recordando também a saudade com que se ficava no regresso, depois de dias muito bem passados num país que na altura levava mais de três décadas à frente da nossa realidade por cá.

Curiosamente naquele tempo, até os caramelos eram melhores em Espanha que também não era muito diferente de nós. Cumprimos a tradição e trouxemos os saborosos caramelos, depois de abastecer a moto com preço por litro bem diferente de cá!


Na ida e no regresso, as orações e as aflições eram o prato do dia, sobretudo na ida e na volta até à fronteira. Ora eram os tractores, ora eram as motorizadas, ora eram os carros de vacas a se atravessarem na frente do carro. Era no tempo em que tínhamos de buzinar nas curvas. Havia de tudo!

Então se apanhássemos camiões, com as célebres Pegaso pelo meio, nunca mais chegávamos à fronteira. Eram quase cinco horas para fazer o percurso que começava pelas 04h00 da madrugada. Hoje pela A25, não chega a duas horas!




Também as estradas não ajudavam, quer pela largura, quer pelo mau piso. O troço da Guarda a Vilar Formoso foi palco de inúmeros acidentes graves. Hoje está segura, com todos os rails protegidos, cumprindo a Lei nº 33/2004, reivindicada pelos motociclistas!




Fizemos a EN16 de Vilar Formoso até Mangualde, para depois seguirmos na direcção de Nelas.

Na Ratoeira almoçámos no "Joca". Algo nos dizia que íamos ser bem servidos, pois por lá passam muitos camionistas. Não nos enganámos e lá voltaremos.








Com as altas temperaturas sempre a fazer-nos companhia, continuámos este nostálgico e interessante percurso, por simpáticas aldeias e vilas beirãs como Lapa do Lobo, Fiais da Telha, Carregal do Sal ou Vimieiro até Santa Comba Dão, onde no seu belo centro, por onde já passou a caravana do Portugal de Lés-a-Lés, nos repousámos e hidratámos!

A estrada ainda hoje continua com muitos troços de paralelos e agora com muitas lombas que não existiam naquele tempo. Um flagelo, sobretudo para nós motociclistas.



O restante percurso até Águeda, foi por Mortágua, Luso e Mealhada.


Assim terminámos este interessante périplo ao longo destes dois dias, por belas estradas que nos encantam a cada curva dum Portugal admirável, sempre por descobrir!😎


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