A EN16 que liga Aveiro a Vilar Formoso, foi a estrada escolhida para mais um excelente passeio de moto no passado fim-de-semana, à descoberta do nosso país que deslumbra a cada curva!
Esta emblemática estrada construída na década de 30 do século passado que liga Portugal de um lado ao outro, começou por chamar-se EN nº 8 de 1ª classe. Foi de grande relevância na ligação entre o importante porto de mar de Aveiro e a maior fronteira terrestre portuguesa de Vilar Formoso, com cerca de 220 kms de distância.
Hoje, depois do IP5 e da actual A25, é sobretudo um óptimo roteiro turístico que fomos descobrir um pouco mais e percorrê-la totalmente pela primeira vez!
Não se consegue saber exactamente onde começa, devido às alterações nas identificações das estradas, pelo que decidimos partir bem do bonito centro de Aveiro, a nossa "Veneza"!
Já em plena N16, passando por Albergaria-a-Velha, chegámos a um dos troços mais bonitos e pitorescos da estrada entre a aldeia de Carvoeiro até Pessegueiro do Vouga, bem junto ao rio Vouga.
Tantas vezes já percorrido por nós mas não nos cansamos de lá voltar, em qualquer altura do ano.
A estrada continuou na direcção de Oliveira de Frades e Vouzela com desvio obrigatório pelas refrescantes termas de São Pedro do Sul, onde vale a pena parar, apreciar este belo espaço e aprender sobre os tempos vindos da época dos romanos.
O traçado com mil e uma curvas e bom piso, encanta com as muitas e boas sombras que souberam muito bem, para ajudar a suportar uns abafados 37º, em alguns locais.
Fomos registando algumas curiosidades como o Baloiço do Rio ou a passagem pelo Paraíso!
O trajecto levou-nos pelo centro de Viseu até Mangualde onde apreciámos por momentos a bonita praia de Fagilde. Bem que sabia termos ido a banhos mas tínhamos de continuar.
Numa rotunda encontrámos um "Boca de sapo", sinal que estávamos à porta da Citroen. Passagem pelo centro de Mangualde, observando o Palácio dos Condes de Anadia, para depois fazer um pequeno desvio até ao Santuário da Srª do Castelo, para o sempre esperado e tradicional pic-nic nas nossas viagens, composto por bons enchidos, queijos, rissóis de leitão, broa e bom vinho tinto. É que quem não é para comer, não é para andar de moto!!😊
Continuámos a deambular, sempre na companhia de muito calor até à Guarda. Boas memórias guardo deste trajecto doutros tempos, a caminho da fronteira que agora relembro com saudade.
Ainda não tínhamos visitado com tempo a cidade da Guarda, pelo que foi a escolha natural também para pernoitar.
Depois de bem instalados no "Hotel Santos" que prima pela simpatia e atenção aos seus hóspedes, construído na zona histórica, curiosamente aproveitando a estrutura da antiga muralha, fomos conhecer esta encantadora e bela cidade, a mais alta de Portugal.
A bonita praça central, a Sé Catedral, a Judiaria ou a Torre de Menagem lá bem no alto, de onde se tem uma fabulosa vista de 360º e demais motivos a visitar, merecem ser apreciados!
O fim da tarde trouxe forte trovoada e alguma chuva. Nada que fizesse desanimar antes pelo contrário, até soube bem para refrescar.
O restaurante "Bola de Prata" foi a reserva antecipada para apreciar a sua gastronomia à base de grelhados em brasas de lenha natural, onde não entra o carvão e a batata frita.
Escolhemos a "Posta Mirandesa" à moda da casa, acompanhada de saborosas migas e batata assada no forno e "Lagartinhos de Porco Preto" com arroz de feijão. Tudo acompanhado por um bom vinho da região do Douro. Por fim saborosa sobremesa a encerrar este fantástico repasto, servido com muita simpatia. A Dª Isabel com quem trocámos algumas palavras, está orgulhosa da sua equipa e restaurante que aconselhamos!
O dia amanheceu fresco ainda no rescaldo da chuva que foi caindo. Faltavam pouco mais de quarenta quilómetros para o fim desta interessante e diversificada estrada até Vilar Formoso. Foi tempo de nos despedirmos da Guarda num até já quando por lá passar e parar a próxima edição do Portugal de Lés-a-Lés!
Depois de melhorado há alguns anos atrás, este curvilíneo troço da estrada com excelente piso e bem mais seguro do que em tempos idos quando por lá passei diversas vezes, vale a pena percorrê-lo. O piso antigo ainda se consegue encontrar para podermos ter ideia de como se viajava há umas décadas atrás. A A25 está mesmo ali ao lado, para nos lembrar a evolução dos tempos.
Como balanço final fica a interessante diversidade no trajecto por entre bonitas e históricas aldeias, vilas e cidades, nas paisagens, bom piso em praticamente todo o percurso, com muitas e excelentes curvas, durante o qual vamos vendo a transformação do país da Costa Atlântica até à zona raiana.
Quem ainda não a percorreu, faça-se à estrada. Esta ou outras estradas não faltam por este país fora, para se ir aproveitar o que de bom Portugal tem para oferecer. Depois é só compor o trajecto com as mais variadas opções culturais e históricas que também não faltam para visitar, bem como bons locais de pernoita e restauração, onde se pode estar e ficar bem!
Agora só falta vir a próxima. Até lá!
boa tarde e obrigado pela partilha. A pouco mais de uma semana fiz essa estrada mas desde Albergaria até Sever do Vouga onde parei em algumas orais fluviais e no parque da Cabreia com a sua magnifica cascata. A pisagem e magnifica mesmo nesse pequeno troço da N16. Mas depois de ver esta partilha da vossa viagem fiquei com mais vontade de percorrer a N16 na sua totalidade. Obrigado e boas curvas.
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