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quinta-feira, 12 de maio de 2016

Manifesto-Inspecções às motos - GAM e FMP

GAM-GRUPO ACÇÃO MOTOCICLISTA



É muito estranho que seja hoje, dia 11 de Maio de 2016, o presidente da ANCIA-Associação Nacional de Centros de Inspecção Automóvel a vir para os órgãos de informação anunciar o começo das inspecções para as motos em Outubro, quando deveria ser um membro do governo a fazê-lo. Isto merece o crédito e entendimento que se deve dar a alguém que está mandatado para defender os interesses que representa… Apenas isso e nada mais. Até porque, que se saiba, ainda nem sequer foi publicada a portaria que virá regulamentar a lei das inspecções e sem essa publicação não há inspecções.


Mas muito se tem escrito e dito ao longo dos últimos anos sobre as inspecções obrigatórias para as motos; os defensores das inspecções usam como argumento a falsa questão (como iremos ver a seguir) da segurança rodoviária.

A União Europeia já assumiu entretanto que a haver norma de inspecções obrigatórias para motos nos estados membros (não é um dado adquirido que venha a haver) será apenas a partir de 2022. Há países da UE que já têm inspecções para motos há muito tempo e outros onde estas não existem. A nossa Região Autónoma dos Açores, fazendo uso da sua autonomia, já as implementou desde alguns anos.

Sabe-se, por estudos feitos a nível da União Europeia, que a percentagem de acidentes de motos causados por falhas mecânicas é apenas de 0,3% e este número diz tudo… diz essencialmente que está a “atirar-nos areia para os olhos” quem defende que deve haver inspecções para aumentar os níveis de segurança destes veículos. Uma treta, é o que é este argumento.

Todos temos consciência de que o que está por detrás desta questão tem apenas a ver com o negócio dos Centros de Inspecção; por isso, a ANCIA, segundo o seu presidente, pressiona agora o governo a alterar a lei, de modo ao número de motos a serem inspeccionadas passarem dos 80 mil veículos previstos (motos a partir de 250cc) para os cerca de 600 mil com a inclusão das cilindradas a partir das 50cc… O que acontece e é assumido pelo próprio presidente da ANCIA (e ele não faz questão de o esconder, assume-o mesmo) é que os centros de inspecção têm de rentabilizar os investimentos de milhares de euros que fizeram para se equiparem para as inspecções às motos. E nem vale a pena virem políticos e senhores dos centros de inspecção esgrimir outros argumentos. Se existissem dúvidas o presidente da ANCIA esclareceu todas...

Quem quiser debater segurança rodoviária (seja em duas, ou nas rodas que forem) terá de falar de educação, formação, concepção de vias, enfim, prevenção… este é o caminho correcto de uma politica correcta de redução de acidentes rodoviários. Em Portugal os utentes das estradas (motociclistas, automobilistas, camionistas) são tratados como um negócio que se procura rentabilizar… negócio privado, neste caso, com as inspecções e negócio institucional com a “caça á multa”; multas que têm uma cada vez maior importância nos próprios orçamentos de estado. As patrulhas da GNR e PSP saem para a rua com instruções específicas de fazerem uma boa “colecta”… e assim qualquer agente sente-se pressionado a passar multas, pois é este o único indicio

considerado superiormente para avaliar o seu desempenho e profissionalismo.

Resumindo: as estatísticas indicam que é falso o argumento da “segurança” para justificar as inspecções ás motos e agora o lobby das inspecções (ANCIA), não satisfeito com o que já tinha conseguido, decidiu levar a coisa mais longe e ir mexer também com a vida daqueles que têm um simples e económico veículo de duas rodas de 50cc ou 125cc para o seu dia a dia.

É imperioso os motociclistas marcarem vincadamente a sua opinião sobre este assunto das inspecções; temos de trazer este assunto para o debate público e sendo primordial ter a opinião pública do nosso lado, temos de o fazer não apenas “tendo o nosso próprio umbigo como horizonte...”; porque o que está verdadeiramente aqui em causa não é só as inspecções para as motos, é como e com que fim são feitas as inspecções na sua generalidade, em suma, como funcionam os centros de inspecção.

Como já aconteceu no passado por diversas vezes (muitos certamente ainda se lembrarão quando os motociclistas tiveram de se juntar para defender as motos e a prática do motociclismo), muito provavelmente volta a ser necessário voltarmos á estrada na defesa dos nossos interesses.

Assim, o GAM-Grupo de Acção Motociclista pondera voltar brevemente á acção de rua.

O GAM foi criado em 2006 exactamente para defender os interesses e direitos dos motociclistas e a prática do motociclismo; foi este organismo que organizou as grandes manifestações nacionais contra os rails, as portagens, pela lei das 125cc, etc. Desde a questão da lei das 125cc não voltámos a ter um assunto que levasse á necessidade de mobilização dos motociclistas. Temos neste momento razões para isso, para nos manifestarmos acerca das “Inspecções Periódicas Obrigatórias” na sua generalidade e em especial as que estão na “forja” para as motos. Deste modo:

Se o governo e a ANCIA querem inspecções vamos então primeiro tratar do modo de operar dos Centros de Inspecção; trazer para o debate público as inspecções. Se um veículo tem uma falha de travões e provoca um acidente imediatamente depois de uma inspecção quem a fez não é responsabilizado porquê?

A criação desta mera formalidade burocrática, de testes meramente formais, vai acarretar para os motociclistas apenas mais um pagamento periódico e tempo perdido em Centros de Inspecção. Por isto e porque até agora nada nem ninguém nos deu esperança de que teríamos inspecções às motos que trouxessem mais valias para a prática do motociclismo, somos contra as inspecções. Somos contra as inspecções nestes moldes.

Vamos falar de inspecções e fazer por moralizar o negócio das inspecções e depois vamos ver até que ponto se justifica ou não haver inspecções, seja para as bicicletas, motorizadas, motos, triciclos, tractores…

Vamos avançar brevemente para acções de rua onde iremos manifestar este nosso desacordo em relação ás inspecções tal como elas existem, como estão ser fundamentadas e como se preparam para ser implementadas para os veículos de duas rodas. Apelamos aos interessados e sobretudo aos motociclistas que estejam atentos e participem na defesa dos seus interesses.

GAM-Grupo Acção Motociclista

Tomanel


Mais informações em: https://www.facebook.com/Grupo-Ac%C3%A7%C3%A3o-Motociclista-1569142840045213/ 



FMP – FEDERAÇÃO DE MOTOCILISMO DE PORTUGAL

MANIFESTO SOBRE INSPECÇÕES DE MOTOS

A FMP sempre esteve atenta ao desenrolar do assunto das inspecções das motos, fazendo atempadamente chegar aos organismos que tutelam a matéria pareceres que julga imprescindíveis para que, a acontecerem, as inspecções representem de facto uma mais valia para a prática do motociclismo.

A Direcção da FMP está consciente do que representa a implementação desta medida para este sector de transporte individual tão sensível e tão dado a tomadas de posições radicalizadas; por isso, tem mantido toda a serenidade no tratamento do tema e estranha as notícias vindas a público emanadas por um organismo directamente interessada economicamente na matéria quando, a ser verdade que iremos ter inspecções para motos já em Outubro, deveria ser alguém representante do governo a tornar pública a notícia. Temos assim, por enquanto e sem outros dados que iremos procurar, grandes dúvidas que hajam inspecções a motos em Outubro próximo.

A FMP está a procurar respostas sobre a veracidade desta notícia junto das instituições oficiais responsáveis sobre esta matéria, até porque recentemente este assunto ficou pendente em Bruxelas até 2022; ou seja, até esse ano não haverá norma europeia em que os países membros se possam basear para implementar de uma forma cuidadamente harmonizada as inspecções às motos.

Declaramos o nosso apoio institucional ao alargamento das inspecções às motos, porque acreditamos que se forem devidamente regulamentadas e na prática bem concretizadas (isto sim é que importante acontecer), representarão uma mais valia para a prática do motociclismo. Mais, acreditamos que este sector de negócio (Centros de Inspecção) deveria no futuro ser de algum modo responsabilizado pelo trabalho executado. 

Depois, se queremos ser considerados e respeitados como motociclistas e utentes da estrada também temos de cumprir com aquilo a que outros são obrigados, nomeadamente os automobilistas; e aqui partilhamos certamente com o sector e utentes das 4 rodas as preocupações relacionadas com as inspecções periódicas. 

Assim, estamos atentos ao desenrolar dos acontecimentos e prontos a intervir junto de quem de direito se assim se justificar. 

Aguardamos noticias oficiais sobre esta matéria, as quais serão tornadas públicas nos nossos meios de comunicação e através de comunicado para a imprensa em geral.

COMISSÃO DE MOBILIDADE

2 comentários:

  1. Boa tarde!
    Para começar fica boquiaberto com o facto de uma noticia destas, publicada em Maio, não tenha comentários. Talvez muita gente, tal como eu não esteja a ser informado correctamente, seja por escolhermos mal os canais que visitamos, seja porque estas informações não estão nos canais certos. Ainda há pouco tempo houve uma acção contra as inspecções da qual não tive conhecimento e tive muita pena de não estar presente (recordo á uns anos, por causa das portagens, o enorme desfile e a concentração final, gigantesca, na praça do comercio). Ninguém tem culpa de eu andar numa fase da vida bastante atarefado no entanto acho que é preciso multiplicar os canais pelos quais essas informações nos podem chegar.
    Obrigado ao GAM e ao FMP.

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    Respostas
    1. Viva
      Antes e depois, as notícias sobre a manifestação, foram amplamente noticiadas, através das revistas da especialidade em papel e na internet em sites e no facebook, por onde foram partilhados inúmeros links, a anunciar a manifestação.
      Teve uma excelente cobertura mediática, após a realização da mesma.
      Aconselhamos a acompanhar no facebook as páginas da FMP, do GAM, das revistas da especialidade e outras, por onde se pode saber tudo o que vai acontecendo no mundo das motos.
      Neste espaço também encontra o artigo sobre o rescaldo da manifestação.
      Abraço e boas curvas!

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