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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Pelos caminhos do 14º Portugal de Lés-a-Lés-2

A narrativa da segunda parte da nossa viagem, vai  levar-nos de Tavira até Reguengos de Monsaraz, por terras do Baixo e Alto Alentejo.


A planície, a aventura, a simpatia das gentes alentejanas e os montados, fizeram deste primeiro dia, um hino aos sentidos e fortaleceram ainda mais a paixão de viajar de moto.

Depois da curta mas intensa e interessante estadia em Tavira e arredores, estes duzentos e alguns quilómetros foram um pouco duros, sobretudo devido ao forte calor que tivemos de suportar mas muito divertidos e bem aproveitados.

O road-book apontava as 06h00 da manhã, para a hora da partida. Embora não tivéssemos como objectivo cumprir horários, afinal estávamos de férias, havia que arrepiar caminho cedo, pois as previsões continuavam a apontar para os termómetros subirem até bem perto dos 40º, o que veio a acontecer.

Com as motos a km a zero na zona onde foi montado o palanque que viu partir sobre ele, as mil e muitas motos na edição deste ano do Lés-a-Lés, era tempo de partir.


Fomos deixando para trás, com saudade, a cidade de Tavira e o Gilão.



Nem tudo foram rosas nesta viagem, infelizmente. Cortou-nos o coração ver grande parte da serra algarvia queimada, em extensões a perder de vista. Entre nós a pergunta era a mesma: Como foi possível deixar que tal tivesse acontecido. Como teria sido bonita a vista a partir do miradouro...


Numa paragem para o café matinal pudemos, em conversa com os donos do café, ficar com uma pequena ideia das aflições que se viveram por aqueles dias. Oxalá quem tenha provocado esta calamidade não fique impune.




Depois desta triste visão voltámos, felizmente, à paisagem típica da região. Ainda passámos por Marrocos!!!



Estávamos de volta ao habitat natural do mototurista do Lés-a-Lés, por aldeias isoladas, estradas a requerer mais atenção, surpresas a cada curva, a cada quilómetro... A passagem por Mealha, com as suas casas típicas onde, pouco antes do início do séc XX, eram habitadas.

Tão perto mas tão longe do litoral algarvio. Sinais do isolamento, que cada vez mais estão votadas as gentes que vivem neste Portugal profundo.






Entrámos nos concelhos de Loulé e Alcoutim por  pitoresca estrada, antes da travessia da primeira ribeira.




Fomos apreciando a natureza até chegar à travessia da ribeira, pois por estas bandas nem sempre à pontes e as travessias das ribeiras a vau, são a solução para se chegar à aldeia vizinha.

Prepará-mo-nos para a travessia mas a água, como se esperava nesta altura do ano, nem vê-la, o que aconteceu em todas as outras que iríamos atravessar. Ainda assim, o fundo agora a descoberto, alertou para alguns cuidados a ter com a passagem por cima de alguma pedra mais solta. Nada que com o cuidado necessário não se possa transpor.

Ainda espreitámos para ver se víamos o Picanço Real, uma ave do tamanho de um melro mas talvez pelo calor que estava cada vez mais forte, o tenha convencido a aproveitar as sombras, em vez de ir à caça de insectos, repteis e até de pequenos ratos que faz questão de espetar em espinheiros e que lhe servem de despensa. Ave inteligente.

Estávamos no Monte da Corcha.







A próxima povoação a ser visitada foi S. Miguel do Pinheiro. Bem procurámos o Sisão, uma das aves que povoam esta região de espécies estepárias como a Abetarda  mas como se esconde no meio da vegetação não fomos contemplados com a sua aparição, talvez na próxima passagem.

Apreciámos o moinho de vento, muito bem conservado e aproveitámos para refrescar as gargantas, com água, seguindo os conselhos que são dados aos participantes do Lés-a-Lés para evitarem as desidratações. Foram consumidos uns bons litros de água, ao longo de todo o trajecto.



A Ribeira de Carreiras, afluente do Guadiana, depois de interessante trajecto e bom estradão, seria mais uma passagem, ...a seco!!





O trajecto continuou em terra, levando-nos por bonitas planícies. A pastorícia é uma das actividades principais por estas bandas, para gáudio dos viajantes.



E estávamos na Herdade da Espargosa, atravessando também a aldeia que lhe dá o nome, com apenas 33 habitantes.

Muitos coelhos cruzaram a estrada e avistámos também várias perdizes até que chegámos à ribeira onde, no Lés-a-Lés, estivemos na companhia do Rui e da Teresa. Foram horas muito bem passadas a "ajudar" os participantes a atravessá-la, tal era a "altura" da água. Momentos muito divertidos e inesquecíveis, passados à beira de um autêntico oásis, em pleno e puro Alentejo.






Estávamos de novo na alcatrão a caminho de Penilhos. Foi pena não termos visto o Grifo, ave de porte generoso, avistado por estas bandas.

Pelo caminho fomos observando algumas curiosidades, como um painel solar gigante, sinal dos tempos, animais a repousar de baixo dum calor tórrido e muita ruralidade, entre outros. Motivos de interesse que tornam estes trajectos, ainda mais agradáveis, que o Lés-a-Lés procura dar a conhecer e desvendar.






O Madeira´s Bar em Baleizão, terra de Catarina Eufémia, serviu-nos um valente bitoque, com grande simpatia, antes de nos fazer-mos de novo à estrada.

O calor era muito, assim como a vontade de percorrer este interessante e simpático trajecto. Novamente em terra, para mais uma travessia a vau, passando por típica herdade e praça de touros.




A Ribeira de São Pedro e a Ribeira de Odearce, fecharam as travessias a vau, bem secas mas a redobrar o cuidado com o "fundo", bem recheado de pedra.

Por aqui andou, na altura, a malta do G.M.da Vidigueira e dos Motards do Ocidente, a controlar os participantes da longa caravana do Lés-a-Lés.




Em Selmes atravessámos a ribeira mas pela ponte, entrando no concelho da Vidigueira, onde no ano passado, no Lés-a-Lés, foi servido o almoço com um saboroso Gaspacho, bem à moda do Alentejo.

Uma vez mais o calor não nos ajudou a avistar a fauna que por aqui habita, os Cágados ou os Veados.


Começámos a avistar o "Grande Lago", o maior lago artificial da Europa, com 83 km de comprimento e 1.100 km de margens.

Impunha-se uma paragem, pelo que depois de passar a Barragem do Alqueva, ali ao lado, fomos até um pequeno bar, bem junto à água. Estava a puxar para uma banhoca e que bem saberia mas tínhamos de arrepiar caminho de modo a chegar a Reguengos ao fim da tarde.





Estávamos na recta final deste primeiro dia da ligação de Tavira a Boticas. Reguengos de Monsaraz que acolheu a caravana do Lés-a-Lés para o almoço, aguardava pela nossa chegada, bem junto à Praça de Touros.

Já foram várias as vezes que por aqui nos perdemos, uma delas no moto-rali de Moura, em Outubro de 2008, com interessante visita à Adega Cooperativa. É sempre com grande prazer que voltamos a esta simpática vila alentejana. Uma terra com tanto para oferecer ao mototurista.




O local de pernoita previamente reservado, foi a Quinta "A Moira". Uma unidade hoteleira que mesmo em época alta, faz bons preços e recomendo. Ficámos muito bem instalados.

Ainda antes da janta, apreciámos o espaço, as vistas e degustámos um saboroso aperitivo, agora com temperaturas bem mais agradáveis.





Lá diz o provérbio "Uma mão lava a outra e...". O restaurante típico "A Grelha", bem no centro de Reguengos que pertence aos mesmos donos da hospedaria, fez parte do "pacote".

Saborosas Migas e a Açorda Alentejana de Bacalhau, com um bom vinho branco da Adega Cooperativa local e um bom serviço no atendimento, compuseram este excelente repasto de sabores tradicionais alentejanos.





 Ainda antes de "descansarmos os ossos", demos uma voltinha pela vila.



Estava assim terminado este "abafado" mas muito interessante passeio que compôs este primeiro dia, pelos caminhos do 14º Portugal de Lés-a-Lés.

No dia seguinte fomos até à Covilhã, a segunda parte da primeira etapa do 14º Lés-a-Lés que em breve iremos "esmiuçar" por cá.


Pelos caminhos do 14º Portugal de Lés-a-Lés-1

Pelos caminhos do 14º Portugal de Lés-a-Lés-3

Pelos caminhos do 14º Portugal de Lés-a-Lés-4

Pelos caminhos do 14º Portugal de Lés-a-Lés-5

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