Em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede, Castelo de Vide e Marvão, são por excelência dois magníficos destinos, para um fim-de-semana bem passado por terras alentejanas.
Depois de algum tempo sem andarmos de moto, esta passeata soube mesmo muito bem. Com temperaturas de Verão, a simpatia alentejana e a boa gastronomia regional, são tudo o que o motociclista precisa.
Já há algum templo planeado, no passado fim-de-semana e por sugestão da Mila, fomos até Castelo de Vide e no dia seguinte seguimos para Marvão.
Depois de lá termos estado, de passagem em Junho, com a caravana do 13º Portugal de Lés-a-Lés e de termos chegado já quase de noite, era com natural expectativa que íamos fazer esta visita, agora com mais calma, para apreciar a bonita vila de Castelo de Vide.
Cedo nos fizemos à estrada mas o insólito aconteceu logo na saída, quando fui verificar o nível do ar dos pneus. Bem pensei que estava a encher os pneus mas afinal estava era a tirar o ar. Quando arranquei vi que estava com os pneus em baixo e ao voltar novamente à gasolineira é que verifiquei que alguém teria tido a "feliz" ideia de desligar a mangueira. Bem que achei estranho a máquina não avisar mas enfim...
A lei de Murphy diz: "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará", ora foi o que aconteceu. Parámos em Proença-a-Nova para tomar café e quando estava a estacionar, de marcha-a-atrás, numa rua de sentido único, não vi um pilarete e pimba... lá foi a esquina do stop e uma estaladela.
Logo de imediato se repôs o pensamento positivo e conseguimos contrariar a dita lei, com mais nenhum incidente até casa.
O caminho até Vila Velha de Ródão não teve muita história. Começámos por tomar o pequeno-almoço no bonito jardim em frente à Câmara Municipal da Mealhada, passámos por Coimbra, ainda pela estrada antiga que passa pela zona ribeirinha do Mondego. Aí contemplámos por momentos a Praça da Canção, um local cheiro de vida, que este ano recebeu a visita de milhares de motociclistas no Dia Nacional do Motociclista. Dali seguimos por Condeixa, Penela e continuámos pelo IC8, um trajecto muito agradável.
Chegados ao destino para o almoço, depará-mo-nos com o restaurante fechado, o Motorista, que me pareceu uma boa opção. Houve logo que perguntar por outra solução e a indicação foi no sentido do Júlio do Peixe do Rio.
Chegados ao destino para o almoço, depará-mo-nos com o restaurante fechado, o Motorista, que me pareceu uma boa opção. Houve logo que perguntar por outra solução e a indicação foi no sentido do Júlio do Peixe do Rio.
Este restaurante encontra-se na parte baixa da vila, próximo do Tejo. Tem cerca de 60 anos mas é muito acolhedor e simples. Para além do Peixe do Rio, tem também outras especialidades, Enguias e Lampreias. Comemos naturalmente Peixe do Rio Frito (Lúcio Perca) e Migas de Peixe do Rio. Estava tudo muito saboroso e ficou económico.
A passagem do Tejo é magnífica, com soberba paisagem das "Portas do Rodão".
Já em pleno Alto Alentejo, seguimos na direcção de Nisa. Passámos ainda por Póvoa e Meadas, agora com a planície alentejana a dar-nos as boas-vindas.
Já com Castelo de Vide à vista, seguimos para o primeiro objectivo. A partir do road-book da edição do Lés-a-lés deste ano fazer a chegada do primeiro dia, depois da caravana ter passado por Espanha. Iniciámos o percurso a partir da Portagem.
Com a vista sobre Marvão a acompanhar-nos, passámos pela pitoresca "estrada de fraldas", seguindo depois para Barretos pela Estrada do Prado. O road-book informava que "De França, João José Le Cocq trouxe práticas de agricultura inovadoras em 1837, remodelando este vale agreste num modelo rentável e acolhedor. Castanheiros ao longo da estrada, pomares na cota baixa, vinhas a meia encosta, etc. Aqui se produziu o primeiro vinho tipo "Champagne" de Portugal. Até as quintas estão pintadas com as cores ocre do sul da França".
Parámos na ermida da Srª da Penha (séc XVII) que fica bem no alto da Serra de S.Paulo e de onde se tem uma vista panorâmica até onde se pode alcançar. Castelo de Vide banhado por um sol magnífico estava um encanto. Lá bem longe podia-se ver Marvão.
O local é muito acolhedor e tem uma fonte de água bem fresca que tinha uma curiosidade. É do ano em que demos o nó.
Bordejámos as muralhas de Castelo de Vide, pela estrada da circunvalação e entrámos pelo Centro Histórico, por ruas castiças até pararmos junto ao ex-libris da vila, a Fonte da Vila.
Estava a chegar ao fim este pequeno passeio, que terminou no coração de Castelo de Vide, onde o palanque e a estátua de D. Pedro V aguardavam pela chegada dos cerca de 1.300 motociclistas, que participaram na edição deste ano do Lés-a-lés.
Seguindo ainda a recomendação do road-book que dizia: "Castelo de Vide é quase sinónimo de nascentes de água e suas fontes.
A Fonte da Vila, ex-libris desta belíssima localidade, originou o crescimento da judiaria em seu redor. Os judeus já não vão à sinagoga mas tu podes passear por estas ruas alvas e floridas, pejadas de pormenores arquitectónicos e portas góticas."
Aproveitámos para visitar o centro histórico em que se incluí naturalmente o frondoso castelo, de onde se tem uma visão privilegiada sobre a vila e a região. Passear depois pelo burgo, leva-nos a recuar muitos anos na história desta localidade.
Eram horas de ir até ao hotel Sol e Serra, bem junto ao centro da vila e que nesta altura do ano já pratica preços mais baixos, o que tornou este fim-de-semana mais económico. É uma unidade hoteleira muito acolhedora e simpática, onde ficámos bem instalados.
Para o jantar já tinha planeado conhecer um restaurante regional, também junto ao centro, o "Alentejano". É uma pequena sala que conta agora também com esplanada, no Largo dos Mártires da República.
A Fonte da Vila, ex-libris desta belíssima localidade, originou o crescimento da judiaria em seu redor. Os judeus já não vão à sinagoga mas tu podes passear por estas ruas alvas e floridas, pejadas de pormenores arquitectónicos e portas góticas."
Aproveitámos para visitar o centro histórico em que se incluí naturalmente o frondoso castelo, de onde se tem uma visão privilegiada sobre a vila e a região. Passear depois pelo burgo, leva-nos a recuar muitos anos na história desta localidade.
Quando vamos ao Alentejo ou a outras regiões do país, a preocupação é comer, sempre que possível, o que é regional. Do cardápio escolhemos um prato muito saboroso "Alhadas de Cação" que não conhecíamos e também Migas de Batata c/ Carnes de Porco Fritas, acompanhados com um tinto regional alentejano. Para a sobremesa Encharcada e Sericaia.
Fomos muito bem servidos, quer na qualidade e quantidade, quer na simpatia.
"Encostado à fronteira com Espanha, contornado pelo rio Sever e em pleno coração do Parque Natural da Serra de S. Mamede, Marvão é o território alentejano com maior altitude, surpreendendo pelas magníficas panorâmicas e pela diversidade paisagística entre zonas serranas, estreitos vales férteis e montados, que mantêm uma harmoniosa integração entre a actividade agrícola e os habitats naturais ricos em flora e fauna". In: C.M.Marvão
Como alguém diria "Ir é o melhor remédio". É o que procuramos fazer sempre que é possível, por este nosso Portugal .
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