Pela melhor floresta do Noroeste Ibérico rolou o último moto-rali turístico (MRT) de 2025, no habitual cenário outonal a que já nos habituaram os Conquistadores de Guimarães. E com as suas surpresas e irreverência ao virar de cada esquina!
Com partida, dormida e chegada na Vila do Gerês, pensamos que todo este 24º moto-rali turístico iria decorrer na totalidade no Parque Nacional da Peneda Gerês, fabuloso nesta época de folhas caídas e árvores amarelecidas.
Mas no sábado 1 de novembro, o clube vimaranense – a conseguir rejuvenescer com jovens e entusiastas elementos – mandou a enorme comitiva de 105 motos para sul, tricotando por caminhos rurais e estradas tranquilas dos concelhos de Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Fafe, Guimarães e Felgueiras, pois aí conseguiu apoios para as muitas refeições saboreadas. A comer – e bem – de hora a hora, a caravana engordou valentemente entre passagens a cemitérios apinhados de vivos, rios engrossados pelas valentes chuvas de véspera, calçadas de piso seco e caminhos enlameados entre bouças, quintas e um ou outro bem preservado carvalhal.
Parecia um mini Lés-a-Lés, pela festa gastronómica consecutiva, os itinerários rocambolescos e pelos dorsais que todos envergavam, dando um forte colorido e espírito de união aos participantes.
Num MRT em que se passou à porta de vários museus mas não se entrou em nenhum, a paragem mais divertida e surpreendente foi no Parque Aquático de A Marante. Não é gralha.
Este clube tem a tradição de começar o MRT seguinte no local onde terminou o último. E em 2004 foi neste espaço de piscinas amarantino que nos despedimos.
Mas o recente encarecimento da hotelaria obriga a repensar soluções.
E em 2025, o road-book mandou-nos estacionar diante da moradia de um sócio entusiasta do clube, que até era patrocinador do evento.
E aí, junto à piscina da casa, um sósia do Marante cantou-nos 34 vezes a “Bela Portuguesa”, em grande produção pimba, acompanhada de presunto e pinga, para grande surpresa do dono da casa – o impagável Vinagre - participante no evento, que quando chegou viu o seu espaço invadido por tamanha borga!
Sorridentes – basta espreitar o álbum no final do texto – os cerca de 180 mototuristas – do Algarve ao Alto Minho – continuaram de freguesia em freguesia e de bifana em bifana até se deterem diante do assombroso Carvalho de Calvos, carvalho-roble com mais de 500 anos, nascido antes de se descobrir o caminho marítimo para a Índia e sobrevivente aos cortes maciços para construção de naus e – mais tarde – das travessas dos caminhos de ferro.
Este Quercus robur é o mais antigo da Península Ibérica e acredita-se ser o segundo de toda a Europa. Tem 11,5 metros de perímetro na base!
A noite dos cotas
Com o escurecer precoce destes dias outonais, a etapa terminou cedo para que muitos se vestissem à Anos 80, tema do jantar e festa pela noite fora.
Notou-se que os mais jovens motociclistas não aderiram, hehe. Pudera, ainda nem eram nascidos…
A FMP aproveitou o jantar geresiano para premiar as equipas e clubes mais participativos nos excelentes 8 MRT de 2025.
João Krull, Vítor Olivença e Ana Carina, Rui Belo e Teresa, Vítor Pereira e Paulo Anjos foram os totalistas tendo-se recorrido aos kms para decidir quem foi mais papa-milhas.
Já em termos de clubes, o MC Porto levou o caneco, secundado pelo Vespa Clube de Lisboa e MC Albufeira .
Parabéns a todos estes mototuristas pelo gosto por tanto gostarem de vasculhar os pormenores deste nosso País.
Ode à Natureza no vale do Homem
O domingo prometia o melhor percurso não só deste passeio como de todo o troféu. Curto, mas para saborear metro a metro. As estradas são bem conhecidas da maioria mas surpreendentemente para alguns foi novidade: a travessia da Mata de Palheiros e Albergaria, de ida e volta à fronteira da Portela do Homem, pelos troços de asfalto e terra batida.
É que aí apreciamos o único carvalhal maduro de carvalho-roble existente em Portugal! Uma relíquia que sobreviveu ao corte intensivo durante séculos da nossa floresta autóctone.
Esta mata é o testemunho único de como seria toda a região do noroeste da península Ibérica.
O frondoso túnel vegetal maravilha-nos os sentidos mas dificulta-nos as fotos, pela escuridão e proibição de parar a moto na berma.
Não faz mal. A 20 km/h ou menos, vamos retendo as formas retorcidas de carvalhos seculares, imensos medronheiros e catapereiros, o dourado das faias e castanheiros, o brilho dos azereiros e pilriteiros, a generosidade das bagas dos azevinhos e das gilbardeiras, tudo em tamanho XXL, numa festa de musgos e líquenes, onde os animais se escondem e tiram as medidas às nossas motos que vão ronronando neste museu vivo e distribuindo sorrisos pelos caminhantes que conseguem apreciar ainda melhor semelhante ode à Natureza.
E assim a etapa foi curta mas rica, com uma entrada na Galiza para um banho quente no estrangeiro, nas piscinas ao ar livre em Lobios, onde as águas jorram a escaldar.
E em Campo do Gerês tirou-se uma foto de grupo original, a fazer lembrar os batalhões de guerreiros de terra cota chineses.
Final bonito que nos levaria em caravana de novo à Vila do Gerês para deitar abaixo um cabrito e levantar alto os vencedores do passeio e também do Troféu MRT 2025.
Olivença: os recordes são para se bater
Nos 225 km de quelhos, curvas, sobes e desces, perguntas e surpresas deste moto-rali turístico, o Fernando Costa e Ana Cardoso, do MC Coimbra, foram os mais assertivos, como agora se diz. O Mário Santos, na sua scooter e a Ana Abreu, do MC Mafra, em Africa Twin, foram os surpreendentes 2º e 3ª classificados. Muitos parabéns!
E no Troféu? O Luís Santos, dos Motards do Ocidente, subiu ao terceiro lugar do pódio 2025, ele que já tinha sido segundo no ano passado.
João Krull assegurou esse lugar, levando mais uma taça para o MC Albufeira.
E o vencedor? Pois, novamente Vítor Olivença e Ana Carina! O casal, também do MC Albufeira, não deu hipóteses conseguindo o heptatroféu de Moto-ralis Turísticos, fazendo história nestas quase três décadas de dar a conhecer Portugal. José e Anabela Casimiro, com os seus 6 títulos entre 2006 e 2011 cedem agora o seu recorde ao Olivença e Ana, que uma vez mais, dizem “que é agora, que vão deixar de se aplicar por vitórias”, discurso que já ouvimos há uns tempos. Virá um “octo” a caminho?
Cerca de 250 equipas pontuaram também neste 28º Troféu de oito fantásticos passeios do Algarve a Trás-os-montes, graças ao esforço e imaginação de nove motoclubes a quem damos sinceros parabéns!
Vamos lá preparar 2026!
Álbum de fotos: https://photos.app.goo.gl/Qixr41TfsmsVaTQb6
Classificações no site da FMP, em: https://www.fmp.pt/r-mototurismo/mt-classificacoes/
Mas no sábado 1 de novembro, o clube vimaranense – a conseguir rejuvenescer com jovens e entusiastas elementos – mandou a enorme comitiva de 105 motos para sul, tricotando por caminhos rurais e estradas tranquilas dos concelhos de Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Fafe, Guimarães e Felgueiras, pois aí conseguiu apoios para as muitas refeições saboreadas. A comer – e bem – de hora a hora, a caravana engordou valentemente entre passagens a cemitérios apinhados de vivos, rios engrossados pelas valentes chuvas de véspera, calçadas de piso seco e caminhos enlameados entre bouças, quintas e um ou outro bem preservado carvalhal.
Parecia um mini Lés-a-Lés, pela festa gastronómica consecutiva, os itinerários rocambolescos e pelos dorsais que todos envergavam, dando um forte colorido e espírito de união aos participantes.
Num MRT em que se passou à porta de vários museus mas não se entrou em nenhum, a paragem mais divertida e surpreendente foi no Parque Aquático de A Marante. Não é gralha.
Este clube tem a tradição de começar o MRT seguinte no local onde terminou o último. E em 2004 foi neste espaço de piscinas amarantino que nos despedimos.
Mas o recente encarecimento da hotelaria obriga a repensar soluções.
E em 2025, o road-book mandou-nos estacionar diante da moradia de um sócio entusiasta do clube, que até era patrocinador do evento.
E aí, junto à piscina da casa, um sósia do Marante cantou-nos 34 vezes a “Bela Portuguesa”, em grande produção pimba, acompanhada de presunto e pinga, para grande surpresa do dono da casa – o impagável Vinagre - participante no evento, que quando chegou viu o seu espaço invadido por tamanha borga!
Sorridentes – basta espreitar o álbum no final do texto – os cerca de 180 mototuristas – do Algarve ao Alto Minho – continuaram de freguesia em freguesia e de bifana em bifana até se deterem diante do assombroso Carvalho de Calvos, carvalho-roble com mais de 500 anos, nascido antes de se descobrir o caminho marítimo para a Índia e sobrevivente aos cortes maciços para construção de naus e – mais tarde – das travessas dos caminhos de ferro.
Este Quercus robur é o mais antigo da Península Ibérica e acredita-se ser o segundo de toda a Europa. Tem 11,5 metros de perímetro na base!
A noite dos cotas
Com o escurecer precoce destes dias outonais, a etapa terminou cedo para que muitos se vestissem à Anos 80, tema do jantar e festa pela noite fora.
Notou-se que os mais jovens motociclistas não aderiram, hehe. Pudera, ainda nem eram nascidos…
A FMP aproveitou o jantar geresiano para premiar as equipas e clubes mais participativos nos excelentes 8 MRT de 2025.
João Krull, Vítor Olivença e Ana Carina, Rui Belo e Teresa, Vítor Pereira e Paulo Anjos foram os totalistas tendo-se recorrido aos kms para decidir quem foi mais papa-milhas.
Já em termos de clubes, o MC Porto levou o caneco, secundado pelo Vespa Clube de Lisboa e MC Albufeira .
Parabéns a todos estes mototuristas pelo gosto por tanto gostarem de vasculhar os pormenores deste nosso País.
Ode à Natureza no vale do Homem
O domingo prometia o melhor percurso não só deste passeio como de todo o troféu. Curto, mas para saborear metro a metro. As estradas são bem conhecidas da maioria mas surpreendentemente para alguns foi novidade: a travessia da Mata de Palheiros e Albergaria, de ida e volta à fronteira da Portela do Homem, pelos troços de asfalto e terra batida.
É que aí apreciamos o único carvalhal maduro de carvalho-roble existente em Portugal! Uma relíquia que sobreviveu ao corte intensivo durante séculos da nossa floresta autóctone.
Esta mata é o testemunho único de como seria toda a região do noroeste da península Ibérica.
O frondoso túnel vegetal maravilha-nos os sentidos mas dificulta-nos as fotos, pela escuridão e proibição de parar a moto na berma.
Não faz mal. A 20 km/h ou menos, vamos retendo as formas retorcidas de carvalhos seculares, imensos medronheiros e catapereiros, o dourado das faias e castanheiros, o brilho dos azereiros e pilriteiros, a generosidade das bagas dos azevinhos e das gilbardeiras, tudo em tamanho XXL, numa festa de musgos e líquenes, onde os animais se escondem e tiram as medidas às nossas motos que vão ronronando neste museu vivo e distribuindo sorrisos pelos caminhantes que conseguem apreciar ainda melhor semelhante ode à Natureza.
E assim a etapa foi curta mas rica, com uma entrada na Galiza para um banho quente no estrangeiro, nas piscinas ao ar livre em Lobios, onde as águas jorram a escaldar.
E em Campo do Gerês tirou-se uma foto de grupo original, a fazer lembrar os batalhões de guerreiros de terra cota chineses.
Final bonito que nos levaria em caravana de novo à Vila do Gerês para deitar abaixo um cabrito e levantar alto os vencedores do passeio e também do Troféu MRT 2025.
Olivença: os recordes são para se bater
Nos 225 km de quelhos, curvas, sobes e desces, perguntas e surpresas deste moto-rali turístico, o Fernando Costa e Ana Cardoso, do MC Coimbra, foram os mais assertivos, como agora se diz. O Mário Santos, na sua scooter e a Ana Abreu, do MC Mafra, em Africa Twin, foram os surpreendentes 2º e 3ª classificados. Muitos parabéns!
E no Troféu? O Luís Santos, dos Motards do Ocidente, subiu ao terceiro lugar do pódio 2025, ele que já tinha sido segundo no ano passado.
João Krull assegurou esse lugar, levando mais uma taça para o MC Albufeira.
E o vencedor? Pois, novamente Vítor Olivença e Ana Carina! O casal, também do MC Albufeira, não deu hipóteses conseguindo o heptatroféu de Moto-ralis Turísticos, fazendo história nestas quase três décadas de dar a conhecer Portugal. José e Anabela Casimiro, com os seus 6 títulos entre 2006 e 2011 cedem agora o seu recorde ao Olivença e Ana, que uma vez mais, dizem “que é agora, que vão deixar de se aplicar por vitórias”, discurso que já ouvimos há uns tempos. Virá um “octo” a caminho?
Cerca de 250 equipas pontuaram também neste 28º Troféu de oito fantásticos passeios do Algarve a Trás-os-montes, graças ao esforço e imaginação de nove motoclubes a quem damos sinceros parabéns!
Vamos lá preparar 2026!
Álbum de fotos: https://photos.app.goo.gl/Qixr41TfsmsVaTQb6
Classificações no site da FMP, em: https://www.fmp.pt/r-mototurismo/mt-classificacoes/
Fonte: FMP





























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