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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

FÁTIMA e as motos


A FMP depois de em 2000 e 2002 ter celebrado o “Dia Nacional do Motociclista em Fátima” não mais lá voltou e a razão é a de não nos ter sido permitido (por uma razão que se relata a seguir), voltar a celebrar o nosso dia dentro do Santuário com as motos a nosso lado; podíamos ter continuado a celebrar o nosso dia dentro do Santuário mas, sem as motos, o que iria contra o nosso principio. 

A FMP organiza todos os anos o “Dia Nacional do Motociclista” onde, durante as cerimónias religiosas se benzem as motos e os capacetes. Não faz sentido a FMP envolver-se em mais de uma celebração religiosa por ano, também por isso, nunca se envolveu na cerimónia de “Benção dos Capacetes”.

Para melhor se entender a posição da FMP, vamos a um pouco de história. A então FNM-Federação Nacional de Motociclismo, agora FMP-Federação Motociclismo Portugal, com a colaboração do saudoso Padre José Fernando, depois de ter realizado as celebrações do “Dia Nacional do Motociclista” pela primeira vez em 1997, repetiu em 1998 as celebrações no mesmo local (dentro do Mosteiro do Jerónimos) e em 1999 levou a cerimónia a ser realizada dentro do Convento de Mafra. No final do ano de 1999 a FMP estabeleceu conversações com a Reitoria do Santuário de Fátima no sentido de celebrarmos em 2000 o “Dia Nacional do Motociclista” no Santuário. Havia uma questão difícil de ultrapassar; sabíamos que dentro do Santuário não entram veículos (nem uma bicicleta à mão) e a nossa proposta foi desde logo celebrarmos o nosso dia junto das nossas motos, até porque no final da cerimónia tínhamos planeada a bênção de capacetes e motos e estas como nossas “fiéis companheiras de estrada” tinham de estar junto de nós durante as cerimónias. Não abdicámos deste principio e depois de muita conversa e um jantar para que fomos convidados pelo então Reitor do Santuário (P. Luciano Guerra) na própria reitoria do Santuário, este deu o seu aval para ser celebrada a missa do “Dia do Motociclista” no Santuário de Fátima com a permissão das motos entrarem no Santuário. Obviamente, para tomar essa decisão, ele informou-se de como as coisas tinham decorrido nos anos anteriores nos Jerónimos e em Mafra e porque sentiu que estava a tratar com gente responsável decidiu arriscar. Arriscou, presidiu às cerimónias e no fim veio dar-nos os parabéns. O Santuário ficou repleto de motociclistas e motos e sentimos que ele no altar estava satisfeito com aquela moldura humana tão surrealista dentro do Santuário. 

As motos entraram no Santuário desligadas e no fim saíram com o mínimo de ruído; o pessoal respeitou as indicações da organização ficando assim patente o enorme respeito de todos por aquele local sagrado. E o reitor do Santuário apreciou e enalteceu esse comportamento. É assim uma mentira dizer-se que não voltámos a celebrar em Fátima o nosso dia devido ao comportamento dos motociclistas que lá estiveram em 2000 e 2002. Mas, lá iremos às verdadeiras razões…
Decidiu então a FMP, depois daquela inesquecível experiência em 2000, celebrar o “Dia Nacional do Motociclista” em Fátima de dois em dois anos, o que viria a acontecer novamente em 2002 com grande participação de motociclistas; o Santuário ficou repleto novamente e uma vez mais o comportamento de todos os presentes foi exemplar e também uma vez mais o reitor deu os parabéns á federação pela organização e concordou em celebrarmos lá novamente daí a dois anos, portanto em 2004.

Quando no final de 2003 voltámos a contactar o reitor do Santuário no sentido de preparamos as cerimónias do ano seguinte, o seu discurso tinha mudado. Pediu imensas desculpas mas, apesar de tudo ter decorrido muito bem em 2000 e 2002, as motos não podiam voltar a entrar no Santuário e a explicação foi muito simples; ele tinha aberto a excepção às motos para entrarem no Santuário na cerimónia do “Dia do Motociclista”, houve uma grande cobertura mediática desses eventos e nos tempos seguintes entraram na reitoria do Santuário pedidos de outras entidades (associações) para terem esse mesmo privilégio. Houve mais, mas ele referiu uma associação de ciclistas que queriam celebrar em Fátima uma missa e queriam, como os motociclistas o haviam feito, ter as bicicletas consigo. Isso não lhes foi permitido e perante a insistência destes e de outros com a argumentação de que as motos tinham lá entrado, o Reitor decidiu que seria bem vinda a celebração do “Dia do Motociclista” no Santuário mas as motos teriam de deixar de ser a excepção em termos de entrada de veículos no Santuário.

A FMP entendeu e aceitou a decisão sem qualquer argumentação e agradeceu o facto de nos ter recebido e ter proporcionado em 2000 e 2002 duas inesquecíveis cerimónias do “Dia Nacional do Motociclista”; explicámos uma vez mais que o nosso “Dia do Motociclista” tem como principio básico ser celebrado junto das nossas motos, pelo que, para grande tristeza nossa e de todos os milhares de motociclistas que haviam participado nas duas celebrações anteriores, não voltaríamos a Fátima. A hipótese de fazer as celebrações fora do Santuário, num dos muitos parques de estacionamento, por obvia razão de já o termos feito dentro do Santuário e tudo ter corrido tão bem, nunca foi sequer considerada pela federação. Assim, os que lá estiveram em 2000 e 2002 guardam na memória imagens inesquecíveis de FATIMA E AS MOTOS.

Esperamos que fique de uma vez por todas explicada a razão porque a Federação não voltou a celebrar o “Dia Nacional do Motociclista” em Fátima, o que também lamentamos pois, obviamente, Fátima tem um grande poder de atracção e mobilização e assim tudo o que ali se realize tem desde logo a garantia de participação de muita gente. 

A razão porque a FMP nunca se juntou à recente organização da “Benção dos Capacetes” em Fátima é simples: com a colaboração da igreja, a federação já organiza desde 1997 uma celebração religiosa no “Dia Nacional do Motociclista”; celebração essa que é cuidadosamente preparada de modo a dar-se a maior dignidade e celebridade a este dia onde são benzidas motos e capacetes. Não faz assim sentido (até estatutariamente) a federação envolver-se anualmente em mais do que uma celebração religiosa.

FMP-Comissão de Mototurismo






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