No dia em que abriram as inscrições
para a maratona mototurística
Mais de três centenas de motociclistas marcaram presença no Grande Hotel do Luso para conhecer em pormenor os caminhos da travessia à moda antiga que mobiliza, ano após ano, enorme caravana na ligação de dois extremos de Portugal Continental. O trajeto da grande aventura, agendada para 9 a 11 de junho, está praticamente definido e quase pronto a dar forma ao road-book, indispensável ferramenta de descoberta, em jeito de manual oferecedor de aula gigante de história e geografia, mas também de gastronomia, fauna e flora, de Norte a Sul do País. Road-book cada vez mais elaborado e completo e que encerra a primeira grande novidade do ano, mantendo formato de livro mas agora integralmente a cores, em documento que vale a pena guardar para voltar mais tarde.
Inovação no ano em que a aventura organizada pela Comissão de Mototurismo da F.M.P. atinge a maioridade mas sem perder pitada do original espírito de descoberta mototurística, fidelidade que começa logo na quilometragem, rondando o milhar de quilómetros por estradas nacionais, municipais e até alguns caminhos de terra batida, sem tocar em autoestradas, ex-SCUT’s, Itinerários Principais ou Complementares. Total de 940 quilómetros, repartidos por um prólogo, curto de 70 km, pelas praias e esplanadas de Albufeira, antes da longa tirada até ao Luso/Bussaco. Com 540 km de extensão, em dia que promete ser bem comprido, antecipando ligação bem mais curta, de 330 km até ao concelho de Vila Pouca de Aguiar, mas de cariz vincadamente turístico.
Traços gerais do trajeto da grande aventura com o apoio da BMW, BP e Dunlop, que abriu apetite para as primeiras inscrições que ditarão lugar na dianteira da enorme e heterogénea caravana. Cerca de 300 motociclistas não perderam tempo e inscreveram-se de imediato, em processo que continuará após 8 de fevereiro, através do site da Federação de Motociclismo de Portugal (www.fmp-live.pt) com preço inalterado face aos últimos anos (135 euros) a que se junta o importante e obrigatório Cartão de Motociclista (25 €) que, entre inúmeras vantagens, oferece seguro de acidentes pessoais, válido ao longo de todo o ano e não apenas no evento, cobrindo diversas situações que a maioria das apólices exclui, nomeadamente no que diz respeito à utilização de duas rodas.
Das curvas algarvias às rectas alentejanas
Inscrição que é autêntico bilhete para a aventura em figurino que a Comissão de Mototurismo explicou com detalhe, começando pelo arranque algarvio que de Albufeira ruma a Boliqueime e Loulé, subindo depois por estrada muito agradável, de curvas bem delineadas, até Barranco do Velho e depois, pela Estrada Património N2, até Almodôvar. Com as estradas mais reviradas a dar lugar às longas retas alentejanas, Castro Verde e Aljustrel surgem no mapa, com provável visita ao famoso complexo mineiro, antes de Ferreira do Alentejo. Pelo caminho, vários Oásis, solução experimentada com enorme sucesso em 2015, proporcionarão agradáveis paragens para repouso, permitindo matar a sede e acalmar o estômago. Umas tapas e petiscos, aqui e acolá, ajudarão a manter a boa disposição, com maior leveza em vez dos mais pesados almoços de garfo e faca. Porque o importante mesmo é passear. E estrada não falta…
Em mais uma estreia absoluta no Lés-a-Lés, a possibilidade de visitar as milenares pinturas das grutas do Escoural marca nova paragem nas pitorescas estradas que levarão a caravana internacional (com número crescente de espanhóis mas também franceses e de outras nacionalidades) até Montemor-o-Velho e Ponte de Sor. A que se segue mais uma novidade, com a travessia do rio Tejo em Alvega, a jusante da barragem de Belver, em zona que o maior rio ibérico não está represado.
Segue a aventura pela Beira Baixa com estradas cada vez mais curvilíneas, passando pelo Sardoal e Vila de Rei (mas sem ir ao Picoto da Milriça, centro geodésico de Portugal), pela Sertã e Pedrogão Pequeno até ao apontamento de maior aventura do dia. Travessia apimentada do rio Zêzere, descendo através de inclinada via empedrada, atravessando numa ponte minúscula antes de subir por um íngreme caminho em terra batida em direção a Pedrogão Grande. Já com muitas quilómetros e, sobretudo, muitas horas de condução, terão ainda os aventureiros de desfiar estradas serrana rumo a Góis, Vila Nova de Poiares, Penacova, atravessando o Mondego para entrar na Mata do Bussaco, com passagem obrigatória pela Cruz Alta, antes da espetacular chegada ao palanque montado mesmo em frente ao Bussaco Palace Hotel. Cenário majestoso que brinda os participantes depois de 12 intensas horas de condução desde a costa algarvia e antes do merecido e animado jantar ao ar livre no Luso
Da água do Luso à água das Pedras
Bem diferente, nas estradas como na extensão, a segunda tirada terá «apenas» 330 quilómetros de percurso muito turístico e extremamente rico e variado do ponto de vista paisagístico, com a particularidade de partir junto à famosa fonte da água do Luso para terminar junto à nascente da água das Pedras Salgadas. Curiosidade no dia que a caravana cai atravessar a Serra da Estrela com passagem pelo «stelvio» português entre Sabugueiro e Seia, onde será recebida pela multi-campeão de Todo-o-Terreno e piloto do Dakar, Mário Patrão, famoso cidadão e o mais conhecido motociclista senense. Isto depois da passagem por Tábua e pelas verdejantes estradas junto ao rio Alva, passando pela fabulosas aldeias de Coja e Avô e antes das indicações do road-book guiar os mototuristas para Oeste. O Real Mosteiro de Santa Maria, construído no século XII em Vila Garcia, na freguesia de Fornos de Maceira Dão, marca o meio do caminho entre Nelas e o bem recuperado centro histórico de Viseu. Paragem que ajudará na preparação para a dureza serrana que se estende de Castro D’Aire a Terras do Demo, com passagem por Tarouca, Ucanha, Salzedas – cuja judiaria merece ser visitada – e Lamego.
A descida para a Régua, através da barragem de Varosa antecipa subida pelas durienses encostas rumo a Sabrosa, atravessando depois o mineiro vale de Jales,em preparação para entusiasmante descida até ao coração de Vila Pouca de Aguiar, com promessas de belas estradinhas até ao famoso parque termal de Pedras Salgadas. Onde a imponência do local de chegada é condizente com o percurso da 18.ª edição do Portugal de Lés-a-Lés.
Diversão para todos… em fora-de-estrada
Aproveitando soberana ocasião, a Federação de Motociclismo de Portugal levantou o véu sobre as edições off-road do Portugal de Lés-a-Lés delineados para motos de 2 rodas e para moto4 e UTV. Eventos pensados para os adeptos do todo-o-terreno, com a 2.ª edição do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road Motos, nos dias 14 a 17 de setembro, e o 1.º Portugal de Lés-a-Les Off-Road Quad/UTV, agendado de 23 a 26 de novembro. Aventuras maratonistas, com cerca de 1000 quilómetros de extensão, mesclando o verdadeiro espírito Lés-a-Lés à diversão da condução em fora de estrada.
Com apresentação mais detalhada prevista para a Expomoto, Salão da Batalha, de 22 a 25 de abril, estas iniciativas contarão com possibilidade de opção por pacote completo, incluindo a inscrição (250 €) juntamente com transporte dos veículos e alojamento. E se no caso das Trail a expectativa passa por ultrapassar a fasquia dos 200 participantes registados em 2015, já em relação aos quads e UTV, «esta foi a forma de dar resposta aos muitos interessados que ficaram entusiasmados com o projeto mas que, por questões de segurança, não puderam alinhar no Lés-a-Lés Off-Road desenhado a pensar nas motos» explicou o presidente da Comissão de Mototurismo, António Manuel Francisco. Que agora está empenhado em «conseguir boas condições para os participantes, pelo que continuam negociações com hotéis e com várias câmaras municipais, para conseguir pacotes mais atraentes».
O Gabinete de Imprensa
18.º Portugal de Lés-a-Lés
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