O ano de 1988 ficou marcado pelas grandes alterações no panorama do mototurismo em Portugal, protagonizado por motociclistas descontentes de norte a sul do país, com o estado a que tinha chegado o mototurismo nacional.
A direcção da então FPM-Federação Portuguesa de Motociclismo, pouco ou nada se interessava por este "fenómeno".
No ano de 1987 começam a levantar-se vozes sobre o estado do mototurismo nacional, convidando os clubes a organizarem-se através de encontros e reuniões, para discutir uma forma de orientar e regular a actividade. No artigo seguinte publicado na Motojornal de Agosto de 87, pode-se ver já a movimentação que começava a verificar-se.
Na sequência dessas movimentações foi marcada uma data para o 1º Congresso de Motoclubes que acabou por ser um encontro preparatório para mais tarde então se realizar o dito congresso.
Este encontro que decorreu nas instalações da "Albergaria Arcada" na Tocha entre 16 e 17 de Janeiro daquele ano, viu aparecer duas ideias para a futura associação de clubes, Moto Clube de Portugal ou Associação Portuguesa de Motoclubes, que passaria a ser a alternativa à FPM.
A primeira seria a que prevaleceu, tendo sido criada uma comissão instaladora para dar início aos trabalhos inerentes ao arranque do Moto Clube de Portugal.
A data escolhida para a realização do 1º Congresso de Motoclubes foi 20 e 21 de Fevereiro. Neste encontro estiveram os motoclubes de: Lisboa, Sintra, Guarda, Castelo Branco, Faro, Beja, Porto, S.João da Madeira, Albergaria-a-Velha, Viana do Castelo, Vespa Clube de Portugal e Ginásio Clube de Águeda.
Este encontro contou com a presença de pessoas ligadas ao motociclismo, bem conhecidas no meio daquela época: Tó Manel, Alfredo Castro, Pedro Luís de Castro, António Contente Fernandes e Ana Matias.
Neste encontro ficou também aprovado pela primeira vez um Calendário de Mototurismo.
Conforme o previsto, realizou-se na Tocha a 20 e 21 de Fevereiro, o 1º Congresso de Motoclubes .
Estiveram presentes para além dos clubes que participaram no encontro preparatório, também o Moto Clube de Abrantes e o Mototurismo do Centro. Seriam estes os clubes fundadores do Moto Clube de Portugal.
A 14 de Maio desse ano em Águeda, aquando da 1ª Concentração Motociclística do GiCA-Ginásio Clube de Águeda, os clubes voltaram a reunir para fazer um balanço e prestação de contas.
O Moto Clube de Portugal acabaria por não passar da Comissão Instaladora em virtude da criação da FNM-Federação Nacional de Motociclismo em 11 de Maio de 1990, depois de um processo conturbado do motociclismo português. A FNM seria criada na sua maioria por clubes ligados ao mototurismo, daí a razão do desaparecimento do Moto Clube de Portugal por "integração" no novo organismo que passou a tutelar o motociclismo nacional.
Dentro dos objectivos de dinamização do recém criado Moto Clube de Portugal, foi elaborada uma Caderneta de Mototurismo. Este pequeno livrinho servia para certificar a presença dos motociclistas nas concentrações que contavam para dois troféus: Mototurismo e Motard. Também tinha o calendário das concentrações que ainda estavam por realizar daquele ano e conselhos de condução e segurança.
Estavam assim lançados os dados para as alterações profundas nesta actividade e vertente do motociclismo nacional que se vieram a verificar naquele ano e mais tarde definitivamente regulada, orientada e dinamizada pela FNM, através da sua Comissão de Mototurismo.
Publicado em 02/12/2010
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