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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

ATAQUE ÀS MOTOS E OS DADOS DE SINISTRALIDADE


Os índices de acidentes de moto têm sido alvo de alarmantes notícias em diversos órgãos de comunicação social nos últimos tempos.

De uma forma desonesta (porque mente) e imoral (porque tenta tirar proveitos da desgraça), a ANCIA-Associação Nacional de Centros de Inspecção Automóvel está em cada “esquina” à espera dessas notícias e da oportunidade para argumentar que o que faz falta para diminuir o número de acidentes são as inspecções às motos… quando todos sabem que apenas 0,3% dos acidentes de moto são provocados por falha mecânica; este é um dado baseado num estudo (MAIDS) apresentado por um professor do IST–Instituto Superior Técnico e estudioso desta matéria, durante um colóquio promovido pela própria ANCIA. Mas, segundo a ANSR, até podemos ir mais além nestes valores que o panorama não se altera significativamente…

Então, os dados da ANSR apresentados nesse mesmo colóquio e sem particularizar veículos de duas rodas - são dados relativos a todos os veículos que na globalidade circulam nas estradas - há três factores a considerar nos acidentes rodoviários, o factor humano que está presente em 96% dos acidentes, o factor exclusivamente rodoviário em 2% e o factor exclusivamente veículo em 2%. Portanto, estamos aqui perante valores da própria ANSR onde aparecem 2% dos acidentes causados por falha no veículo. São números que não deixam qualquer dúvida sobre onde se deve actuar de facto (e sem demagogias) no sentido de alterar o quadro de acidentes rodoviários no nosso país, ou seja, no factor humano apostando sobretudo na formação cívica. O resto são tretas… 

De repente chegou-se à conclusão que morreram mais motociclistas este ano do que nos anos anteriores sendo lançados números crus e sem qualquer interpretação a acompanhá-los. Obviamente, e mantendo-se o actual “status-quo” rodoviário nacional, quantos mais veículos andarem na estrada e quantos mais quilómetros estes fizerem, mais acidentes acontecem mas, mesmo aumentando esses números, em termos proporcionais, esses valores podem até baixar. Assim, o que levou a haver mais acidentes com motos e consequentemente mais mortes, foi simplesmente o número de motos vendidas ter aumentado substancialmente, (números da ACAP: entre janeiro e outubro - 36863 em 2016 e 47114 em 2017; mais 28%) havendo portanto mais gente a andar de moto, a que se aliou também este ano um clima propício a esta prática; até há muito pouco tempo não houve inverno e muitas das motos que normalmente “hibernam”, continuaram a circular. Mas, há também mais um importantíssimo dado que até agora não constou nessas notícias da desgraça e que é saber exactamente o que dizem as estatísticas relacionadas com os acidentes com motos; e o que dizem é que em mais de 60% desses acidentes há o envolvimento de um outro veículo (automóvel, camião ,etc) e que em igualmente mais de 60% destes casos a culpa é do ”enlatado”. Significativo.

Resumindo. O problema da sinistralidade rodoviária existe e é transversal em termos de utentes das estradas mas, o que não podemos aceitar como motociclistas é que andem a tentar aproveitar-se disso para um negócio (Inspecções) e que por detrás de cada notícia relacionada com o assunto venha a sistemática mensagem de que as motos são perigosas e “matam que se fartam”… As motos estão aí para ficar, porque cada vez mais são a melhor resposta, em termos de solução particular, aos crescentes problemas de mobilidade. Justamente por isso, as motos estão em Portugal a invadir os grandes centros urbanos numa escala ainda muito reduzida em comparação com o que se passa no resto da Europa Ocidental e até quase pelo Mundo inteiro. Assim, não podemos ficar indiferentes ao problema da sinistralidade, porque ele existe e pode afectar cada um que anda de bicicleta, de moto, de carro, camião ou mesmo a pé, sendo que, neste caso como não há lobbys por detrás a pressionar… ninguém fala ou escreve sobre o número de peões que morrem todos os anos. 

Sabemos que em 96% dos acidentes há falha humana, este é de facto o factor que nos deve levar a pensar naquilo que andamos a fazer na estrada e nos deve levar a mudar alguns comportamentos de risco indo desse modo ao encontro do supracitado civismo. Enfim, comportamentos de risco não se coadunam com segurança e os governantes deviam tratar do problema com um sentido estadista e não com o de “governante a prazo” onde o objectivo é engordar as receitas através da única política de prevenção rodoviária usada no nosso país que é a “caça à multa”.

Fonte: FMP (25/12/2017)

Os números da sinistralidade:

DADOS DE SINISTRALIDADE

Porque é importante sabermos do que falamos... aqui ficam alguns dados relativos a acidentes rodoviários.
Vendo os quadros anexos, é evidente qual é o factor onde há que exercer um trabalho de fundo para alterar o quadro de sinistralidade rodoviária no nosso país e em qualquer país. O factor humano. E aqui a única lei 100% eficaz em termos imediatos, seria aquela que proibiria pura e simplesmente a circulação de qualquer veículo... ou seja, passarmos todos a andar a pé. Entendam-se estas palavras de forma correcta... ou seja, vão sempre existir vítimas da estrada, até porque cada vez vão existir mais veículos a circular. E na FMP, em termos de mobilidade, defendemos que as motos são a solução ideal para os cada vez maiores problemas de trânsito e gestão de espaços urbanos,
Sendo nesta simbiose mobilidade/segurança o factor humano aquele que contribuí de forma desastrosa para as estatísticas, é, insistimos, neste factor onde deve ser focalizada qualquer medida que de facto tenha como objectivo atacar o problema de forma eficaz .

E de forma eficaz não quer dizer que tenhamos resultados visíveis a curto prazo, bem pelo contrário, porque o que há a fazer deve ser feito no sentido de criar-se futuras gerações de utentes da estrada mais conscientes e civicamente mais evoluídos. E não é preciso inventar nada... basta observar como os países nórdicos abordaram esta questão já há muitos anos e a resolveram de modo a terem actualmente taxas de sinistralidade baixíssimas quando comparadas com os países menos evoluídos nesta matéria, como o nosso. Como exemplo básico, refira-se a educação onde, nesses países, nas idades "pré-primárias" os futuros utentes das estradas começam logo a ter noções de segurança e prevenção rodoviária dando-se primordial importância aos princípios cívicos (talvez mais importantes que os legais) a respeitar num espaço de partilha que é a estrada. Portanto, se agora aparecessem governantes a quererem resolver o problema, teriam de esquecer as próximas eleições... e tratar do assunto com um sentido de estadista, ou seja, apostar em medidas que dessem origem a melhores gerações de condutores; medidas de que se iriam ver resultados de facto positivos daqui a 15/20 anos. Mas não... nada disso está a ser feito e respondendo agora àqueles que nunca perdem uma oportunidade para "beliscar" a FMP, essa é uma tarefa onde se têm de envolver as entidades responsáveis e com poder para mudar seja o que for, neste caso terá de ser um trabalho de fundo a ser desenvolvido por responsáveis do Ministério da Educação a trabalharem em conjunto com o Ministério da Administração Interna.

Todos sabemos porque se estão a usar nos órgãos de informação de forma tão alarmante os índices de sinistralidade em duas rodas. São trabalhos jornalísticos encomendados e não deixando de nos deixar de algum modo tristes os números apontados, é preciso lembrar que apesar de tudo muita coisa tem mudado para melhor no panorama rodoviário nacional. Basta relembrar que em 1991 tivemos 3200 vitimas na estrada, em 2005 tivemos 1247 e este ano vamos ter cerca de 500. Portanto, analisem-se os números, vejam-se os dados estatísticos e tirem-se as conclusões. 

Ah... e deixem alguns de perguntar em tom acusador o que faz a federação sobre esta matéria, porque pouco mais podemos fazer do que temos feito e que só não vê quem nunca quis e continua a não querer ver... até porque também por norma o que fazemos está feito e não necessitamos de nos por em bicos dos pés para mostrar trabalho.

Fonte: FMP (26/12/2017)


Os motivos da indignação:

Motas sem lei e centros de inspeção à espera


A lei obrigou os centros de inspeção a adaptarem-se para fazerem inspeção de motas, mas continua por sair a regulamentação. Enquanto isso, os critérios do IMT parecem mudar consoante as empresas...

Há já cinco anos, os centros de inspeção periódica foram obrigados a fazer alterações e a comprar equipamentos para estarem aptos a realizar a inspeção periódica obrigatória a motas com cilindrada superior a 250 centímetros cúbicos. Mas, entretanto, a regulamentação para obrigar esses veículos a serem fiscalizados continua por publicar. E enquanto isso, os cerca de 150 centros que até setembro de 2016 adotaram as alterações previstas na lei, não veem o retorno do investimento que fizeram e assistem à deterioração dos equipamentos que continuam inutilizados.


Fonte: Jornal i (10/12/2017)


Conduzir motos com carta de ligeiros abre caminho ao aumento de mortes

Num fenómeno que tem registado melhorias significativas, a subida de mortes em 2017 é um valor record.

As mortes em acidentes com motociclos aceleraram em 2017, contribuindo com a quase totalidade das vítimas mortais registadas a mais nas estradas portuguesas face ao ano passado. Entre janeiro e outubro (período para o qual existem dados desagregados sobre o tipo de veículo) morreram mais 48 pessoas do que em período homólogo de 2016, um aumento assegurado quase na totalidade pela subida das mortes em motociclos, que registaram mais 45 desfechos mortais. Com ligeiros, pesados e bicicletas houve exatamente o mesmo número de mortes nos dois anos.

Fonte: Expresso (25/12/2017)


A verdade

VITIMAS MORTAIS/MOTOS E CICLOMOTORES

Fomos analisar números e esta tem sido a evolução dos últimos 23 anos em termos de vítimas mortais em acidentes com ciclomotores e motos:
1995 – 610 mortes / 1996-564 / 1997-522 / 1998-488 / 1999-444 / 2000-348 / 2001-321 / 2002-298 / 2003-325 / 2004-265 / 2005-258 / 2006-205 / 2007-189 / 2008-164 / 2009-152 / 2010-187 / 2011-173 / 2012-161/ 2013-129 / 2014-134 / 2015-115 / 2016-103 / até Out 2017-110 mortes.

Vamos agora ver a evolução dos números do nosso parque de duas rodas com motor nos últimos 10 anos: em 2007 venderam-se 17559 veículos e a evolução tem sempre sido contínua, pois em 2012 venderam-se 20418 e neste ano (2017) até Novembro venderam-se 26666. Assim, temos que a venda de motos CRESCEU 52% apenas entre 2007 e 2017. Em igual período (2007/2017) os acidentes com vítimas mortais de moto DECRESCEU 41% e só uma hecatombe motociclista durante estes dois últimos meses do ano poderia alterar este valor de forma significativa; o que não aconteceu. E agora, senhores jornalistas arautos da desgraça encomendada, como vão interpretar estes números? Números que até são da ANSR e da ACAP e que nos dizem que em 10 anos tivemos uma subida de 52% de venda de motos e uma diminuição de 41% de mortes na estrada. Significativo, se pensarmos ainda que grande percentagem das motos vendidas neste período são as tais 125cc compradas por automobilistas... sim, aqueles que são apontados como os "grandes culpados" do alegado aumento da sinistralidade. Afinal vimos que não são... porque nem sequer há esse aumento, bem pelo contrário.

Perante estas evidências, obviamente que não podemos ficar indiferente a três situações: 1- que houve uma evolução muito positiva em termos de números de vítimas mortais de acidentes de moto nos últimos 23 anos, 2- que estes números ainda podem e devem baixar mais e que isso depende também muito de nós motociclistas 3- que a campanha “alarmante” que está a acontecer nos órgãos de comunicação social em relação a este assunto, não é mais do que algo encomendado e bem orquestrado contra as motos e os motociclistas. Bom Ano de 2018 para todos.

Fonte: FMP (27/12/2017)


Posição do Deputado Miguel Tiago

O expresso devia identificar esta notícia como publicidade e não como trabalho jornalístico.

Vejamos:

Em primeiro lugar, o título emite uma opinião e não um facto. Não é possível correlacionar a lei das 125 com o aumento do número de mortes em 2017, pelo simples facto de que os dados não separam as 125 das outras motos.

Em segundo lugar, a lei das 125 entrou em vigor no final de 2009 e o número de motos nas estradas tem vindo a aumentar muito desde então, 125 e outras de elevada cilindrada, sem que os acidentes e número de mortos tenha aumentado. Na verdade, desde 2009 que os acidentes têm tido uma pequena tendência decrescente com excepção de 2017 que, ainda assim, não chega ao número de mortos de 2009, ano em que não vigorou a lei das 125.

Em terceiro lugar, não se pode dizer que o aumento do número de mortos se deve à lei das 125 sem ter em conta que há um número muito superior de motos e muitos mais quilómetros percorridos de moto hoje em dia. O número de motos desde 2009 até 2017 cresce a um ritmo muito significativo por ano e o número de acidentes e mortos não acompanha e até decresce.

Em quarto lugar, é estranho que o expresso tenha ouvido todos os interessados economicamente na lei e apenas um agente não económico (a Federação) e também é estranho que lá pelo meio do artigo diga que afinal não se pode comprovar uma correlação entre a lei das 125 e o aumento do número de mortes.

Em quinto lugar, como explica o Expresso que o número de mortes hoje com muito mais motos a circular seja inferior ao de 2008, dois anos antes da entrada em vigor das 125.

Em sexto lugar, a posição do expresso, escolhendo ignorar as condições objectivas em que os motociclistas circulam, escolhendo ignorar também que na maior parte dos acidentes envolvendo ligeiros e motociclos, a culpa é do condutor do ligeiro, escolhendo ignorar a total falta de condições de muitas estradas, principalmente nacionais e municipais, escolhendo ignorar o incumprimento da lei dos rails, a tinta escorregadia das passadeiras, as juntas metálicas nas pontes e viadutos, os buracos, a falta de visibilidade, a má sinalização, o preço caríssimo das portagens que tira motos das auto-estradas e as empurra para vias menos seguras, demonstra bem que a última preocupação do expresso é para com os motociclistas e a sua segurança.

Qual será então a preocupação do expresso?

(28/12/2017)


Motos e Sinistros
Evolução nos últimos 20 anos


Ao contrário do que se procura fazer notícia, de que “cada vez as motos matam mais”, as estatísticas afinal revelam o contrário. A evolução do mercado e os sinistros revelam uma tendência inversa desde há mais de duas décadas, ou seja, cresce o número de motos nas estradas e diminui o número de vítimas. Sim, houve mais sinistralidade em 2017 do que em 2016. Será esse aumento pontual o reflexo de termos tido um ano sem chuva e assim com muitos mais kms feitos de moto? Estará esse aumento relacionado com o maior aumento de vendas de motos dos últimos 7 anos e consequente aumento de motos a circular?

Fomos investigar os dados da evolução do mercado de duas rodas com motor e cruzar esses dados com os da sinistralidade. O resultado foram uns gráficos esclarecedores.

Os números apresentados (da ANSR e da ACAP) são dados oficiais que esperamos venham a servir para algumas conclusões acerca do jornalismo a que temos assistido…
Porque é que o aumento pontual de mortes que já se verificou noutros anos não foi objecto de igual dramatismo?

Todos sabemos e concordamos que esta questão da sinistralidade rodoviária é a causa de grande desgraça no seio ainda de muitas famílias mas há que analisar o problema e neste caso específico das motos, a culpa não é das 125cc… a culpa não é das faixas BUS… E NÃO, a culpa não é por falta de inspecções às motos, segundo o maior estudo europeu realizado (MAIDS) as falhas mecânicas ocupam apenas 0,3% do total dos sinistros.

As grandes causas residem no factor humano em 96% dos acidentes rodoviários. É a falha humana a maior das causas; é o automobilista que vai distraído ao telemóvel e atropela alguém, é o camionista que leva excesso de carga e capota, é o ciclista que teima em andar sem capacete, é o peão que atravessa a rua fora da passadeira, é o motociclista que se despista e são as entidades que descuidam a manutenção das vias. Enfim, a culpa é por norma da falta de civismo. E o que se faz para contrariar isto? Apenas a caça à multa.



Font: FMP (07/01/2018)


Governo quer tornar obrigatória carta para motos de 125 cc

O Governo quer tornar obrigatória a carta de condução para quem conduzir motociclos de 125 cc, e vai repensar os mecanismos de inspeção e os limites de velocidade.

Segundo uma entrevista do ministro da Administração Interna à Antena 1, que será transmitida na íntegra no sábado, o executivo vai repensar a dispensa de formação para quem conduza motos de 125cc (centímetros cúbicos).


Fonte: JN (12/01/2018)


Mortes para proveito próprio



Todos sabemos e concordamos que a questão das mortes na estrada é um problema grave. Também sabemos, e bem, o quanto estas mortes têm servido para justificar medidas que em nada se relacionam com a causa e em tudo se relacionam com taxar.

Ao contrário do que se procura fazer notícia, de que “cada vez as motos matam mais”, as estatísticas afinal revelam o contrário. A evolução do mercado e os sinistros revelam uma tendência inversa desde há mais de duas décadas, ou seja, cresce o número de motos nas estradas e diminui o número de vítimas. Sim, houve um aumento pontual em 2017 acentuado sobretudo pelo decréscimo registado em 2015 e 2016.

Será esse aumento pontual o reflexo de termos tido um ano sem chuva e assim com muitos mais kms feitos de moto? Estará esse aumento relacionado com o maior aumento de vendas de motos dos últimos 7 anos e consequente aumento de motos a circular? 

Como já seria de esperar, representantes das escolas de condução e dos centros de inspeção, foram os primeiros a tirar proveito das mortes para, uma vez mais, regressarem à praça publica com a ideia encalhada de que os seus negócios irão resolver o problema.

Não aceitamos que usem o falso argumento da segurança para nos taxar. Essa musica já está gasta e já todos vimos o que realmente está em jogo.

Malta, aqueçam os motores...

Fonte: GAM-Grupo Acção Motociclista (13/01/2018)


Comunicado ACAP/FMP:

ACAP e FMP apresentam esclarecimento sobre sinistralidade com motos

Na sequência das notícias publicadas em diversos órgãos de comunicação social que dão conta de um forte aumento da sinistralidade grave em veículos de duas rodas a motor no ano de 2017 e das declarações do Senhor Ministro da Administração Interna, Dr. Eduardo Cabrita, em que afirma “repensar a dispensa de qualquer formação para quem, tendo uma carta de ligeiros, pode comprar uma mota até 125 cm3 de cilindrada e imediatamente sair para a estrada”, impõe-se um esclarecimento público.

A ACAP – Associação Automóvel de Portugal, em representação das empresas do sector do comércio de motociclos, e a FMP – Federação de Motociclismo de Portugal, em representação dos motociclistas, vêm esclarecer que, apesar de se ter verificado um crescimento do número de acidentes com vítimas mortais em veículos de duas rodas a motor face ao período homólogo de 2016, o mesmo não se traduziu num aumento da taxa de sinistralidade, nem que existe uma relação de causalidade entre a Lei das 125cc e o aumento do número de vítimas, pelas seguintes razões:

1. A Lei das 125cc (Lei nº 78/2009), aprovada por unanimidade na Assembleia da República, resultou da transposição da Directiva nº 91/439/CEE, tendo sido Portugal um dos últimos países a adoptá-la, em Agosto de 2009.

2. Desde essa altura, e ao inverso do que tem sido afirmado, a taxa de sinistralidade tem diminuído de forma constante e sistemática.

3. Os dados estatísticos disponíveis não evidenciam que o aumento do número de acidentes com vítimas mortais ocorra no segmento dos motociclos até 125 cm3, representando estes uma pequena percentagem do número total de mortes.

4. O aumento do número de vítimas mortais em 2017 envolvendo os veículos de duas rodas a motor deve-se, essencialmente, ao chamado “efeito estatístico de base”, ou seja, decorre do facto de o período homólogo de 2016, que serve de base de comparação, ter sido o mais baixo de sempre.

5. O parque e o tráfego de motociclos cresceram significativamente nos últimos anos, acompanhando a tendência registada na Europa de procura de veículos dotados de maior mobilidade, economia e contributo para a descarbonização.

6. Apesar do aumento da circulação de motociclos, o número de vítimas mortais em percentagem do parque circulante tem vindo sistematicamente a diminuir nos últimos anos e este dado é que é importante.

7. O número de vítimas mortais em percentagem do total de acidentes envolvendo veículos de duas rodas com motor tem vindo a reduzir-se significativamente, tendo passado de 3% entre 2000 e 2005, para 2% entre 2006 e 2014, e, finalmente, para 1% entre 2015 e 2017.

8. Por último, salientamos a importância da utilização de veículos de duas rodas, que cumprem os mais exigentes critérios em matéria ambiental e de segurança, contribuindo para a redução das emissões de CO2 e para uma melhor mobilidade dos cidadãos, bem como para uma melhor gestão dos espaços urbanos, designadamente do tráfego e do estacionamento, por parte das autarquias.

A ACAP e a FMP já solicitaram, com carácter de urgência, uma audiência ao senhor Ministro da Administração Interna, com o objectivo de apresentar as suas posições sobre esta delicada matéria.

Lisboa, 18 de Janeiro de 2018


Opinião

A política como ela é - Manual para principantes

Embora não pareça, este é um post sobre motos. Ou talvez não.

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Tenho carta de condução de ligeiros de passageiros há mais de 30 anos. Conduzo carro todos os dias há mais de 30 anos.
Fruto de cenas diversas, há 6 meses comprei uma scooter 125cc em segunda mão. A da foto. 
Nunca tinha tido um moto. Sabia andar de bicicleta. Enfim, mais ou menos.

Comprei aulas numa escola de condução, para lá chegar e perceber que a moto em que ia praticar não era uma scooter (tinha mudanças) e perceber também que os senhores queriam pouco ensinar-me a andar de moto e queriam muito era que eu tirasse carta de moto. Não aprendi porra nenhuma na primeira aula. Não fui às restantes aulas que já tinha pago.

Ler mais...

Fonte: Jonasnuts (18/01/2018)



Governo avança com inspecções obrigatórias para motos

Quanto à carta de condução específica para motos abaixo dos 125 cm3, o ministro da Administração Interna fala da necessidade de garantir alguma experiência de condução.







Foto: Drew CoffmanFoto: Drew Coffman
As inspecções obrigatórias para motos vão avançar. Em declarações à Renascença, o ministro da Administração Interna considera que este é um ponto crucial no combate ao aumento da sinistralidade rodoviária nos motociclos.


Fonte: R.Renascença (23/01/2018)


Posição do GAM

Lenha para se queimar na rua...

O Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, voltou a falar das motos e da sinistralidade e disse: “Quem tem uma carta de ligeiros, saberá as regras de trânsito. Não tem é qualquer experiência de condução de um motociclo” mais “As motos hoje não são inspeccionadas e isso determina alterações nas suas características técnicas”. Só por uma questão de bom senso, não esperávamos que voltasse a abordar o assunto antes de ouvir o que têm a dizer a ACAP e a FMP na reunião que já lhe foi solicitada; foi no mínimo deselegante pois já condicionou a dita reunião. Voltou a falar sem fundamentar minimamente o que disse. E o que disse sobre as 125cc e as inspecções é apenas para justificar medidas que pretende implementar estando simplesmente a responder aos lobbys que todos sabemos estarem por detrás desta campanha contra o motociclismo. Já percebemos há muito como tudo isto está armadilhado e qual é o principal objectivo destas declarações do ministro, onde começou por atirar umas “bombas de fumo” para encobrirem UM principal objectivo. O que dizem os maus políticos é para ser entendido entrelinhas…


Fonte. GAM-Grupo Acção Motociclista (23/01/2018)


Análise de comentários - o que está em causa

Analisando os comentários ao nosso ultimo post, é evidente que há pessoal que não percebeu ainda o que está aqui em causa ou, percebendo, simplesmente não está de acordo com aquilo que defendemos, ou seja, não se identifica com os princípios aqui defendidos. E o que defendemos é muito simples; defendemos as motos e a prática do motociclismo dos ataques de que tem sido alvo através da mensagem manipulada na imprensa de que "as motas matam cada vez mais", o que é mentira como já aqui o demonstrámos; e é fácil imaginar o efeito que tem uma notícia destas num jornal, no seio de uma família onde exista um adolescente que pede aos pais um ciclomotor, scooter, ou seja lá o que for com duas rodas e um motor, para ir todos os dias para a escola... obviamente, esse jovem só terá uma moto quando se emancipar... Isto é péssimo para o motociclismo no seu todo porque inviabiliza o direito à mobilidade e afecta todo um sector comercial que vive dessa liberdade de se poder optar por uma moto como veículo de transporte particular. Sabemos o que está por detrás dessas notícias e por isso defendemos os interesses de quem anda de moto no sentido de não virmos a pagar mais um serviço (inspecções) que nada nos traz de benefício em termos de segurança, porque assim o diz o estudo sobre esta matéria feito na Europa e que convidamos a ser consultado em - como já foi referido diversas vezes, este estudo revela que apenas 0,3% dos acidentes com motos acontecem por falha mecânica, o que em termos práticos significa que dificilmente se conhece algum motociclista que tenha tido um acidente porque falharam os travões ou qualquer outra coisa na moto... Lamentamos a postura de cidadania de quem pensa e comenta que se os carros são inspeccionados as motos também o devem ser... esta é uma mentalidade de quem não está habituado a questionar, de quem "come e cala". Porque se esta mentalidade não fosse, como infelizmente é, uma característica enraizada na nossa sociedade, não haveria ministros a falarem daquilo que não sabem e muito menos a esperar que se aceitassem sem contestação as suas decisões por mais infundadas e inadequadas que sejam, como acontece neste caso. Repetimos: infelizmente, ninguém que defenda as inspecções às motos nos conseguiu até hoje convencer de que estas trarão alguma mais valia para a nossa segurança enquanto utentes da estrada. As inspecções, todos sabemos como funcionam, o que representam e como o cidadão comum as assume e aceita alimentando o sistema... Que os automobilistas o façam, é problema deles, que o MUITO massacrado pessoal dos jeeps o faça, é problema deles mas, nós, enquanto cidadãos motociclistas, não temos de aceitar e dizer que sim, só porque sim... Por isso, o GAM diz NÃO ÀS INSPECÇÕES, como diz NÃO AOS 30KM/H nas cidades e ao desvirtuar da lei das 125CC.

Em data, local e moldes a anunciar brevemente, O GAM VAI CONTESTAR NA RUA AS INTENÇÕES DO MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA. NO FUNDO, VAMOS DEFENDER AS MOTOS E A PRÁTICA DO MOTOCICLISMO.



Fonte. GAM-Grupo Acção Motociclista (24/01/2018)

Apelo à mobilização do GAM-Grupo de Acção Motociclista


A nós, MOTOCICLISTAS, é mais forte o que nos une do que o que nos separa.

Temos vindo a observar alguns comentários nestas e noutras páginas (facebook) que nada contribuem (bem pelo contrário) para o espírito que deve prevalecer nestes momentos difíceis em que as motos, perante o ataque de que têm sido alvo, precisam bastante da união de todos nós, motociclistas.

Temos consciência, porque já lidámos com situações idênticas muitas vezes e desde há muitos anos, que os tempos que nos esperam são de algumas tormentas... acontece sempre que nos preparamos para nos manifestarmos na rua em defesa das motos e dos direitos e interesses dos motociclistas. Isso sempre incomodou muita gente...Vão existir provocações, vão existir difamações, vão existir mil e uma tentativas de desacreditar aquilo que nos move. Na foto do grupo que criou e esteve na génese do GAM, há 13 anos, está gente que merece o máximo respeito no meio motociclista, por tudo aquilo que já fizeram pelas motos e pelo que continuam a fazer. A foto foi divulgada para que os que andam neste mundo das motos há menos tempo saibam que o GAM não é uma organização acéfala.

Vamos precisar em breve de demonstrar publicamente e uma vez mais, que os motociclistas portugueses têm grande consciência de cidadania e por isso questionam e contestam o poder quando se sentem injustiçados. E aí vamos precisar de todos os motociclistas que, independentemente de "credos e religiões", têm consciência de que as motos precisam que as defendemos e que a prática e a cultura motociclista uma vez mais está sob ameaça e deve ser preservada para futuras gerações de amantes das motos. E atenção a um pormenor muito importante, essa defesa não se faz apenas na comodidade de um sofá e na colocação de "likes" nestas páginas. Vamos precisar desses "likes" transformados em motos em frente à Assembleia da Republica.

Fonte: GAM

Manifestação nacional de motociclistas e de todo o sector das motos-18 de Fevereiro


Vamos manifestar-nos porque:

-------O governo não deve analisar a evolução do número de sinistros sem considerar a evolução do universo em que estes ocorrem.

------ As metas impostas para o número de vítimas na estrada devem acompanhar a evolução do universo onde estes ocorrem.

--------O governo não deve ignorar os factores causais dos sinistros, sob pena de continuarmos a ter um crescente número de taxas e regras que apenas aumentam o custo da mobilidade e a "caça à multa".

------- A sinistralidade na estrada não deve justificar medidas que não se relacionem com a sua prevenção.

------- Medidas preventivas devem centrar-se ao nível dos ingredientes causais.

------Há que ser realista e perceber que há uma relação directa entre o número de sinistros e o número de veículos em circulação e, mais importante ainda, o número de kms percorridos.

------ Não é a tirar proveito dos problemas que estes se resolvem mas a identificar as reais causas e a encontrar as devidas soluções.

Os moldes como será organizada a manifestação (locais e horas) serão divulgados brevemente.

Vamos produzir “slogans” para serem usados na manifestação de modo a passarmos uma mensagem focalizada em pontos fulcrais do nosso protesto.

Fonte: GAM (29/01/2018)

Última actualização - 29/01/2018

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